Rebeldes dizem que Otan matou filho de Gaddafi, mas governo nega

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Por ROBERT BIRSEL
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Rebeldes líbios disseram na sexta-feira que um bombardeio aéreo da Otan matou um filho de Muammar Gaddafi, Khamis, que comandava uma das unidades militares mais leais e bem equipadas do regime, mas o governo líbio nega a informação. Um porta-voz rebelde disse que o bombardeio matou 32 pessoas em Zlitan, cidade que está na linha de frente, a 160 quilômetros de Trípoli, e que supostamente estava sendo defendida pela 32a Brigada do Exército, sob comando de Khamis Gaddafi. Há pouco, contudo, um porta-voz do governo líbio afirmou que a notícia da morte do filho mais novo de Gaddafi era "falsa". "Eles inventaram a notícia sobre o sr. Khamis Gaddafi em Zlitan para cobrir os assassinatos deles", disse Moussa Ibrahim à Reuters. "Esse é um truque sujo para cobrir o crime deles em Zlitan e o assassinato da família al-Marabit (uma família líbia)." A Otan ainda não confirmou o relato da morte de Khamis. Na quinta-feira, a aliança ocidental havia informado que atacou um alvo de comando e controle na área. Se for verdade, a morte de Khamis seria um duro golpe na campanha de Gaddafi para resistir à insurgência iniciada há seis meses. Meses atrás, segundo o governo líbio, um bombardeio da Otan, em Trípoli, matou outro filho de Gaddafi, Saif al Arab, e três netos do dirigente. Não seria a primeira vez que Khamis é dado como morto no conflito. Em março, a mídia árabe divulgou que Khamis havia morrido em um acidente kamikaze causado por um piloto da força aérea líbia. Na quinta-feira, no lado oeste de Zlitan, funcionários pró-Gaddafi mostraram a jornalistas os corpos de duas crianças que teriam sido mortas durante o dia em um bombardeio da Otan. Não havia sinais de infraestrutura militar no local. Foi impossível para os jornalistas confirmarem o relato oficial de forma independente. Uma fonte da Otan no QG operacional da aliança, em Nápoles, disse na quinta-feira: "Atingimos um alvo militar por volta de 6h30 desta manhã, e era um local de comando e controle." "Sempre levamos a sério as alegações de vítimas civis, e estamos examinando isso, mas não temos evidência a esta altura de que isso tenha sido causado por um bombardeio," disse o porta-voz.

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