Rebeldes expulsam forças de Kadafi de Misrata, diz porta-voz

Após dois meses de cerco, opositores libertam cidade no oeste da Líbia e se dizem vitoriosos

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BEIRUTE - Os rebeldes que controlam a cidade de Misrata, no oeste da Líbia, disseram neste sábado, 23, ter finalmente liberado o local após dois meses de cerco das tropas do ditador Muamar Kadafi, segundo informações passadas por um porta-voz. Os insurgentes teriam conseguido fazer com que as forças do governo recuassem.

 

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Não havia confirmação independente da informação, mas tropas líbias capturadas por rebeldes em Misrata disseram que o Exército recebeu ordens para recuar e o governo líbio informou mais cedo que tribos locais assumirão a batalha no lugar do Exército.

 

"Misrata está livre, os rebeldes venceram. Das forças de Kadafi, alguns estão mortos, outros fugindo", disse o porta-voz dos rebeldes Gemal Salem à Reuters por telefone. Ele ainda informou que, apesar das forças do ditador terem se retirado de Misrata, a terceira maior cidade do país, elas continuam do lado de fora e em posição para bombardeá-la.

 

 

Última grande cidade dominada pelos rebeldes no oeste da Líbia, Misrata tem sido cercada pelo governo por quase dois meses. Centenas de civis morreram nos combates e bombardeios frequentes no local. O corte de abastecimento de água, alimentos e eletricidade também mergulhou a cidade em uma verdadeira crise humanitária.Salem disse que o objetivo dos rebeldes em Misrata agora é ajudar os demais insurgentes em outras regiões do oeste da Líbia na luta contra Kadafi. Ele disse que os rebeldes estão agora passando um pente fino na cidade, já que, segundo o porta-voz, as forças do ditador deixaram armadilhas em casas, carros e até cadáveres. "Um homem estava abrindo sua geladeira quando foi para casa após as forças de Kadafi deixarem a cidade pela manhã e ela explodiu na cara dele. O mesmo com os cadáveres. Quando os rebeldes tentam levantar um cadáver, ele explode", disse. "Tivemos três pessoas mortas por causa disso e 15 feridas", afirmou. Mais cedo, o governo líbio disse que os ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Misrata torna sem sentido a permanência das tropas na cidade. Tribos locais assumiriam a batalha contra os insurgentes.

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