Quarenta e cinco rebeldes xiitas morreram na madrugada deste domingo após atacar várias instalações oficiais da cidade de Saada, na província iemenita de mesmo nome, informaram fontes governamentais. As forças governamentais repeliram o ataque, executado com bombas e que tinha como objetivo o palácio presidencial, entre outros imóveis oficiais.
O ataque aconteceu após a declaração de trégua emitida no sábado pelo Governo por ocasião da festividade do Eid ul-Fitr que marca o fim do Ramadã. Nem o Exército iemenita nem os rebeldes se pronunciaram até agora sobre os fatos. No sábado à noite, o Presidente do país, Ali Abdala Saleh, pronunciou um discurso no qual pediu aos rebeldes que cumprissem o cessar-fogo.
"A guerra de Saada foi imposta pelos elementos rebeldes; temos tentado por todos os meios pacíficos evitar a guerra e o banho de sangue. Por causa do fim do Ramadã o Governo anunciou que finalizaria as operações militares em troca de que os rebeldes cumprissem o cessar-fogo", declarou.
Em seu discurso pediu aos xiitas que abram as estradas que controlam, desativem as minas, abandonem as montanhas e os controles que ergueram, entreguem armas e libertem os prisioneiros que mantêm. Na quarta-feira passada, mais de 80 pessoas morreram em um campo de refugiados no norte do país por um bombardeio do Exército, o que gerou críticas internacionais.
Tropas do Exército e insurgentes huties, uma seita xiita, lutam em Saada, fronteira com a Arábia Saudita, desde o dia 11 de agosto, embora tenha havido combates esporádicos na região desde 2004.
A luta dos huties, liderados por Hussein al-Huti, começou em abril de 2004, depois que este grupo acusou o Governo de Sana de ignorar as reivindicações da população desta região. Huti morreu em setembro de 2004, durante a primeira revolta insurgente, mas sua bandeira foi tomada por seu filho, Abdel Malik a-Huti.