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Reino Unido encerra operações de combate no Iraque

Após seis anos do conflito, retirada dos quase 4 mil soldados deve ser acelerada nos próximos dias

Por Agências internacionais
Atualização:

As tropas britânicas encerraram seis anos de operações de combate no Iraque nesta quinta-feira, 30, segundo anunciou o primeiro-ministro Gordon Brown, que ressaltou as conquistas e sacrifícios do Exército da impopular missão entre a população do país europeu.

 

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A repatriação dos 3.700 soldados que estão em Basra (sul do Iraque) será acelerada nos próximos dias, uma vez que o general britânico a cargo do contingente entregue o comando a um general americano na presença do ministro da Defesa, John Hutton. O fim das operações fecha uma das missões militares britânicas mais prolongadas no exterior, com uma campanha de 2.232 dias, mais longa que as duas Guerras Mundiais juntas.

 

As forças britânicas começaram a retirada da cidade no mês passado, quando o general britânico Andy Salmon passou o comando da base a um general americano. No início do ano, o comando do aeroporto internacional de Basra - usado como base militar britânica durante o conflito - foi passado para as autoridades iraquianas. Em dezembro de 2007, as forças britânicas devolveram às autoridades iraquianas o controle da província de Basra, que estava sob o comando britânico desde 2003.

Cerimônia

 

O ministro da Defesa britânico, John Hutton, que esteve presente à cerimônia, afirmou que o Reino Unido deve sentir orgulho do trabalho dos soldados. "Foi uma dura e longa campanha. Não há dúvidas sobre isso, e nós pagamos um preço muito alto", disse ele. "Mas acho que quando for escrita a história desta campanha, vão dizer dos militares britânicos que 'fizemos um trabalho excelente', como esperávamos que fizessem, e que deveríamos sentir orgulho do que eles fizeram aqui."

 

Após a retirada completa, o governo do trabalhista Gordon Brown se compromete a abrir uma investigação sobre os motivos que levaram o Reino Unido a apoiar o ex-presidente americano George W. Bush na decisão de invadir Iraque. Mesmo contra a decisão da ONU, o governo trabalhista de Tony Blair foi o principal aliado de Bush na invasão do Iraque, argumentando que seu presidente, Saddam Hussein, mantinha vínculos com a Al-Qaeda e estava em posse de armas de destruição em massa, um arsenal que nunca apareceu.

 

Brown fez o anúncio depois de se reunir com o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki em Londres. "O dia de hoje marca o encerramento de um capítulo da missão de combate no Iraque", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido. Desde a invasão liderada pelos EUA em 2003, 179 britânicos foram mortos no Iraque. Na cidade de Basra, o Exército realizou uma cerimônia para homenagear os soldados mortos no conflito. "Eles sempre serão relembrados pelo serviço que fizeram. Nosso país tem com eles uma grande dívida de gratidão", disse Brown.

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Segundo a BBC, durante a cerimônia em memória dos mortos, foram lidos em voz alta os nomes de todos os militares que perderam a vida na operação em Basra, que além dos britânicos incluíam soldados italianos, holandeses, dinamarqueses, americanos e romenos. Ao dar início à cerimônia, o capelão do Exército padre Pascal Hanrahan disse: "Nós lembramos os nomes e reconhecemos o sacrifício final desses 234 homens e mulheres que perderam suas vidas durante a Operação Telic".

 

Entre os soldados, há uma sensação de alívio por estar finalmente terminando a missão. Alguns estão servindo no Iraque pela quarta vez, o que fez com que, nos últimos seis anos, eles tenham passado dois anos longe de casa.

 

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