PUBLICIDADE

Rússia e China impedem sanções mais duras ao Irã, dizem EUA

Na ONU, EUA defendem nova punição contra governo iraniano pela recusa em suspender programa nuclear

Por Mark Heinrich e da Reuters
Atualização:

Rússia e China estão impedindo a Organização das Nações Unidas (ONU) de adotar sanções mais duras contra o Irã, disseram os Estados Unidos nesta quinta-feira, 1, acrescentando que haverá dentro de duas semanas uma nova iniciativa para punir a República Islâmica por sua recusa em suspender seu programa nuclear. Mas o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse não estar "nada preocupado" com as sanções, que ele qualificou como ineficazes. Nicholas Burns, subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, disse que China e Rússia obstruem desde o final de março uma nova resolução a ser apresentada por Washington ao Conselho de Segurança da ONU. Moscou e Pequim, importantes parceiros comerciais de Teerã, têm poder de veto na entidade. Grandes potências mundiais se reúnem na sexta-feira em Londres para discutir novas sanções. Falando antes de uma reunião na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), em Viena, Burns disse que o Irã recebeu um período de "respiro" desde a última resolução do Conselho de Segurança, em 24 de março. "A Rússia e a China vêm efetivamente bloqueando uma terceira resolução desde então", afirmou ele a jornalistas. As potências ocidentais aceitaram em setembro adiar as novas sanções depois que o Irã se comprometeu a esclarecer dúvidas da AIEA sobre seu programa atômico, que Teerã garante ser pacífico. Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares. A AIEA vai divulgar um relatório em meados de novembro, mas Burns disse que um texto favorável não bastará para impedir novas sanções econômicas a Teerã. "Nossa esperança é a seguinte: primeiro, que uma terceira resolução seja aprovada assim que possível; segundo, apoiaríamos muito que a UE adotasse (suas próprias) sanções; e, terceiro, que os grandes parceiros comerciais do Irã reduzissem o comércio para demonstrar ao Irã que não está tudo normal", afirmou. O presidente Ahmadinejad, que faz ataques frequentes ao Ocidente, disse na quinta-feira que seu país reagirá a eventuais hostilidades, mas não disse como. Ele sugeriu que as sanções unilaterais anunciadas na semana passada pelos EUA vão afetar principalmente os países europeus que ainda mantêm negócios com o Irã, dono de importantes reservas de gás e petróleo. "A arma das sanções não funciona", disse Ahmadinejad em discurso para inaugurar uma fábrica petroquímica no litoral do golfo Pérsico. "Não estamos nada preocupados. O principal que eles estão fazendo é gastar do bolso dos outros, porque as empresas norte-americanas não têm qualquer negócio no Irã."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.