Associated Press
TEERÃ- O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad classificou quaisquer sanções da ONU ao Irã pelo programa nuclear do país como ilegais neste sábado, 24, e insistiu que não irá se submeter a nenhuma pressão do Ocidente.
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O líder iraniano, que está há dias em conversações com o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, criticou países ocidentais por pressionarem por uma quarta rodada de sanções a Teerã no Conselho de Segurança da ONU.
"O programa nuclear do Irã se tornou um grande teste para o mundo tudo", disse Ahmadinejad, acrescentando que os Estados Unidos e o Reino Unido "afirmaram que estão preocupados com a construção de uma bomba atômica, mas eles estão mentindo como os outros mentiram anteriormente".
Com a afirmação, o presidente se referiu à alegações não confirmadas dos Estados Unidos de que o regime de Saddam Hussein detinha armas de destruição em massa, razão principal usada pelo governo Bush para justificar a guerra do Iraque em 2003. Uma procura exaustiva pelas armas não teve resultados.
"As medidas que foram ou serão tomadas pelos Estados Unidos e seus aliados no Conselho de Segurança da ONU não têm validade legal", afirmou Ahmadinejad. "Nós não submetemos, e nós não aceitamos qualquer tipo de pressão. E nós não seguimos decisões ilegais. Nós pensamos que ao elaborar resoluções contra nós, Obama irá sofrer mais", ameaçou o governante.
O presidente Barack Obama ganhou as eleições com a promessa de que faria "uma mudança no comportamento duro" da administração Bush, mas "o fato de que ele vai seguir em tomar decisões contra o povo iraniano, é o fim para seu status", sentenciou Ahmadinejad.
Obama tem pressionado por mais sanções econômicas contra o Irã pela recusa do país em cumprir com suas responsabilidades como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. O líder americano advertiu que Teerã não pode se tornar uma potência nuclear.
A Rússia e a China recentemente bloquearam tentativas dos Estados Unidos, Reino Unido e França, os outros membros permanentes do CS, de estabelecer novas restrições à República Islâmica. Mas a Rússia recentemente manifestou interesse em apoiar sanções "inteligentes" que não afetem o povo iraniano, enquanto a China aparenta estar disposta a apoiar as penalidades, se não forem severas.