Um dos assessores mais próximos de Saddam Hussein, responsável pelo cumprimento de muitas das ordens de repressão do ex-ditador iraquiano, foi executado no Iraque nesta quinta-feira, informou o Ministério da Justiça. Muitos iraquianos consideravam Abed Hamoud, secretário particular de Saddam, como mais influente do que a maioria dos ministros. Ele era o número quatro na lista de autoridades iraquianas mais procuradas pelos Estados Unidos depois da invasão de 2003, vindo depois do ditador e seus dois filhos. Hamoud foi condenado à morte em 2010 pelas acusações de orquestrar a repressão contra partidos políticos opostos ao governo nos anos 1980 e 1990, incluindo assassinatos e detenções ilegais. Sob Saddam, executado em 2006, depois de ser deposto na invasão liderada pelos EUA, somente o governista Partido Baath era reconhecido. As tentativas dos xiitas, grupo majoritário no país, de tentar estabelecer organizações políticas eram esmagadas. O regime de Saddam matou dezenas de milhares de pessoas em campanhas contra a minoria curda e a maioria xiita. Hamoud era frequentemente visto ao lado do ex-ditador em suas viagens pelo Iraque nos anos 1980 e 1990. "Abed Hamoud foi executado na tarde de quinta-feira", disse o porta-voz Haider al-Saadi, do Ministério da Justiça. Ele foi o quinto ex-integrante do governo de Saddam executado no Iraque, depois do próprio Saddam. Outros, incluindo o ex-primeiro-ministro Tareq Aziz e o chefe da Inteligência Sadoun Shakir, foram condenados à morte mais ainda são mantidos na prisão. A execução de autoridades do governo de Saddam é um assunto sensível no Iraque, onde as tensões sectárias ainda são altas, depois de as forças dos EUA terem deixado o país, em dezembro. O Vaticano fez um apelo ao governo iraquiano, liderado pelos xiitas, para que não execute Aziz, dizendo que sua morte não ajudaria nos esforços de reconciliação.