
14 de setembro de 2007 | 11h58
Simpatizantes em luto do xeque Abdul-Sattar Abu Risha prometeram nesta sexta-feira, 14, vingar a morte do líder miliciano sunita e perseverar na luta contra o grupo extremista Al-Qaeda no Iraque. Veja também: Maliki ordena investigação sobre morte de líder sunita Mais de 1.500 pessoas acompanharam o cortejo fúnebre do jovem líder tribal, realizado nesta sexta-feira em Ramadi, capital da província iraquiana de Anbar.Dezenas de veículos militares iraquianos e americanos protegiam o percurso da procissão. O corpo de Abu Risha foi levado a bordo de um carro preto. O caixão do xeque estava coberto com uma bandeira do Iraque.Abu Risha, seu motorista e dois guarda-costas morreram ontem na explosão de uma bomba perto do complexo fortificado onde o primeiro vivia em Ramadi."Nós nos vingaremos", afirmavam os participantes da procissão de dez quilômetros entre Ramadi e o cemitério do clã de Abu Risha. "Nos continuaremos o caminho de Abu Risha", afirmavam.Integrantes do alto escalão do governo iraquiano estavam presentes aos funerais, inclusive os ministros de Interior e da Defesa e o conselheiro de Segurança Nacional.O ataque ao líder miliciano de 37 anos ocorreu apenas dez dias depois de ele ter recebido o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que recentemente fez uma visita-surpresa ao Iraque.Abu Risha morreu apenas um ano depois de ter organizado uma coalizão de 25 clãs árabes sunitas da região para combater a Al-Qaeda no Iraque, expulsando os rebeldes que se instalaram em Anbar depois de o país ter sido invadido por forças estrangeiras lideradas pelos EUA em março de 2003.Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pela explosão que matou Abu Risha e seus funcionários, mas acredita-se que a ação tenha sido promovida por sunitas radicais ligados à Al-Qaeda no Iraque. Ao longo do último ano, o jovem xeque, quatro de seus irmãos e mais seis integrantes de sua família foram assassinados por colaborarem com as forças americanas no Iraque.O comando militar americano atribui a Abu Risha e seus aliados a melhora da situação em Anbar, onde os EUA cultivaram fracassos na repressão aos rebeldes desde a invasão do Iraque, especialmente nas cidades de Faluja e Ramadi.Agora, funcionários americanos falam em usar Anbar como modelo para a organização de milícias tribais para conter a insurgência em outras partes do Iraque, apesar de, quando o governo iraquiano foi formado, uma das exigências de Washington ter sido o desmantelamento de grupos milicianos.ViolênciaEnquanto isso, dez pessoas morreram em episódios de violência registrados nesta sexta-feira em diferentes partes do Iraque. No pior incidente do dia, quatro policiais morreram e cinco ficaram feridos quando um militante suicida lançou um caminhão bomba na direção de um posto policiais nos arredores de Beiji, 250 quilômetros ao norte do Iraque.
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