
28 de novembro de 2011 | 15h52
O painel, que entrevistou 223 vítimas e testemunhas, incluindo desertores, pediu que a Síria encerre as "graves violações aos direitos humanos", liberte os prisioneiros detidos em prisões em massa e permita que jornalistas, funcionários de assistência humanitária e monitores de direitos humanos entrem no país.
A Síria é "responsável por atos criminosos, incluindo crimes contra a humanidade, cometidos por membros de suas forças militares e de segurança, como documentado no presente relatório", disse o painel formado por três integrantes em um relatório de 39 páginas apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Ele cataloga execuções, tortura, estupros até de crianças, detenções arbitrárias e abduções perpetradas desde março pelas forças sírias que reprimem os manifestantes pró-democracia, enquanto desfrutam de uma "impunidade sistêmica" por seus crimes, diz o documento.
"A comissão, portanto, acredita que as ordens para atirar e maltratar civis originaram das políticas e das diretivas emitidas nos níveis mais elevados das Forças Armadas e do governo", disse o painel, liderado pelo especialista brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
Mais de 3,5 mil pessoas foram mortas com a violência, de acordo com a ONU. Os ativistas afirmam que até 30 mil foram presos, muitos deles mantidos em estádios a céu aberto.
O Conselho de Segurança da ONU chegou perto de tomar uma ação contra a Síria, mas China e Rússia vetaram uma resolução em outubro. Após contínuas críticas internacionais da condução da crise por Assad, a Liga Árabe aprovou sanções contra a Síria no domingo.
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