As autoridades da Síria não descartam a possibilidade de uma guerra com Israel, anunciou nesta quarta-feira, 3, o ministro de Exteriores árabe, Walid al-Mualem.
Se esta guerra começa, e essa possibilidade existe, já que Israel é uma entidade baseada na violência e na expansão, a guerra será global, comece ela no sul do Líbano ou na Síria", disse al-Mualem em Damasco em uma entrevista coletiva junto do ministro de Exteriores espanhol, Miguel Angel Moratinos.
Al-Mualem ainda acusou Israel de "semear o ambiente de guerra na região" e pediu que o Estado judeu tome o caminho da paz, porque caso entre em guerra contra a Síria, nenhum país árabe voltará a negociar pela paz no Oriente Médio. "Se eclodir uma guerra entre Síria e Israel, descarto que qualquer geração vindoura faça negociações de paz (com Israel)", disse.
Além disso, o ministro advertiu que um eventual conflito seria global e chegaria às cidades de Israel. "Israelenses, a irrupção de uma guerra agora atingirá as cidades de seu território", ressaltou o chefe da diplomacia síria.
As declarações de al-Mualem são feitas três dias depois de o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, advertir também sobre a possibilidade de uma nova guerra no Oriente Médio perante a estagnação do processo de paz com a Síria.
"Na falta de um acordo com a Síria, poderíamos entrar em uma situação de confronto beligerante (com esse país), o que poderia desencadear uma guerra regional", afirmou Barak.
O chanceler espanhol, por sua vez, durante a entrevista coletiva, tentou apaziguar a tensão ressaltando que durante seus dois dias de visita a Israel não tinha ouvido tambores de guerra, mas um desejo de impulsionar o processo de paz.
Além disso, Moratinos insistiu que a retomada do processo de paz no Oriente Médio era uma prioridade para a Presidência da União Europeia (UE), assumida pela Espanha neste semestre.
O chefe da diplomacia espanhola, que antes da entrevista coletiva tinha se reunido com o presidente sírio, Bashar al-Assad, expressou apoio à mediação da Turquia para aproximar as opiniões de Síria e Israel.