22 de dezembro de 2010 | 21h23
NOVA YORK- O chefe da missão da ONU no Afeganistão (UNAMA), Staffan de Mistura, garantiu nesta quarta-feira, 22, que os taleban realizarão "ataques espetaculares" nos próximos meses para tentar ocultar os avanços na luta contra a insurgência.
Em aparição no Conselho de Segurança, o diplomata sueco afirmou que sua visão sobre a segurança no país aponta que a situação piorará nos próximos meses. "Detectamos entre os grupos antigoverno a intenção de realizar ataques espetaculares", afirmou De Mistura.
O chefe da UNAMA ressaltou que todas as partes envolvidas no conflito são conscientes de que não há uma solução militar e que qualquer resolução passa por um acordo político, o que o presidente afegão, Hamid Karzai, luta para conseguir.
"Todos sabem que não há solução militar, inclusive os taleban, ainda que não falem isso em público", afirmou De Mistura. Segundo ele, a intensificação das operações militares contra os rebeldes alcançaram avanços nos últimos meses.
Na mesma linha, o embaixador afegão na ONU, Zahir Tanin, reiterou que as tropas de seu país e a Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) da Otan conseguiram colocar o Taleban na defensiva.
"As últimas avaliações demonstram que as forças afegãs e da ISAF conseguiram recuperar a iniciativa pela primeira vez em dois anos", afirmou o representante do governo de Cabul.
De acordo com Tanin, as tropas conseguiram manter uma presença maior e recuperar territórios que até agora estavam nas mãos de "combatentes inimigos".
Ao término da reunião, a presidente de turno do Conselho de Segurança, Rosemary DiCarlo, leu uma declaração do máximo órgão que comemora o anúncio feito no mês passado dos resultados das eleições legislativas realizadas em 18 de setembro.
DiCarlo afirmou que o CS considera que a realização dos comícios "sob circunstâncias difíceis" supõe um marco no processo político afegão e pede que as instituições do país continuem trabalhando em suas competências.
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