Forças leais do líder líbio Muamar Kadafi chegaram ao centro de cidade de Misrata, dominada por rebeldes, com tanques, e muitas pessoas foram mortas a tiros, disseram moradores neste domingo.
Veja também: Twitter: Acompanhe os relatos de Lourival Sant'annaLinha do Tempo: 40 anos de ditadura na Líbia Fotos: Veja imagens no Olhar Sobre o Mundo Arquivo: Kadafi nas páginas do EstadoInfográfico: A revolta que abalou o Oriente MédioCharge: O pensamento vivo de KadafiMoradores de Misrata, único reduto insurgente restante no oeste da Líbia, disseram que ataques aéreos da coalizão ocidental atingiram, durante a noite, a base de forças pró-Kadafi no sul da cidade, mas que isso não interrompeu a ofensiva contra os opositores.
"Há combates entre os rebeldes e as forças de Kadafi. Seus tanques estão no centro de Misrata", disse Abdelbasset, porta-voz dos rebeldes, por telefone. "Há tantas vítimas que nós não podemos contá-las." "Ele (Kadafi) está usando uma estratégia de terra queimada. Queimando e destruindo tudo em seu caminho", disse Abdelbasset. Era impossível verificar o número de mortos em Misrata porque as autoridades líbias impediam que jornalistas chegassem à cidade. As forças de Kadafi - incluindo unidades da 32a brigada, comandada por seu filho, Khamis - estão atacando Misrata há dias, segundo moradores, mas até este domingo os rebeldes conseguiam mantê-las confinadas aos arredores da cidade. Misrata é a terceira maior cidade da Líbia, a cerca de 200 quilômetros de Trípoli. "Duas pessoas foram mortas até agora por franco-atiradores. Eles (os franco-atiradores) ainda estão nos telhados. Eles estão sendo apoiados por quatro tanques que estão patrulhando a cidade. Está ficando muito difícil para as pessoas saírem", disse um morador, chamado Sami, à Reuters por telefone. "Eles também possuem barcos cercando o porto e impedindo que a ajuda chegue até a cidade." Em discurso na sexta-feira, Obama citou Misrata como uma das cidades de que Kadafi deveria retirar suas forças para não sofrer intervenção militar. Uma coalizão formada por EUA, França, Reino Unido, Itália e Canadá deu início no sábado, 19, a uma intervenção militar no país, sob mandado da resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A medida prevê a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia e a tomada de 'quaisquer medidas necessárias' para impedir o massacre de civis pelas tropas de Kadafi.
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Com Reuters e AP