TEL AVIV- Três aviões turcos com ativistas feridos da "Flotilha da Liberdade" partiram nesta quarta-feira, 2, do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, e chegaram a Ancara, capital turca.
Os ministros de Exteriores, Ahmet Davutoglu, e o de Saúde, Recep Akdag, deram as boas-vindas aos 19 feridos e os visitaram a bordo dos aviões no aeroporto militar Etimesgut, antes de serem transferidos a um hospital próximo.
Davutoglu garantiu que todos os ativistas já deixaram Israel em três aviões com destino a Istambul, e que o atraso se deveu a insistência turca para que nenhum cidadão fosse deixado para trás. Segundo a agência de notícias AFP, 527 ativistas estariam nestes voos civis.
Desses, o primeiro já desembarcou em Istambul, segundo o vice-primeiro ministro turco, Bulent Arinc. Eles enfrentaram "barbaridades e opressão", mas retornaram com "orgulho", afirmou.
A partida dos três aviões estava prevista para às 18h local (10 de Brasília), mas sua saída foi adiada por "problemas administrativos", segundo disse à Efe o porta-voz do Ministério israelense de Exteriores, Igal Palmor.
Segundo o ministro turco de Exteriores, a partida foi atrasada porque a Turquia "não queria que nenhum de seus cidadãos fossem deixados para trás".
O ministro também assegurou que os corpos dos nove mortos durante o assalto de Israel à "Flotilha da Liberdade" estão nas aeronaves, e agradeceu à solidariedade aos muitos manifestantes que se concentravam na praça Taksim, em Istambul, mas pediu calma para evitar conflitos.
"Uma vez mais condeno os que levaram a cabo este bárbaro ataque. De agora em diante, vou fazer todo o possível para que seja criada uma comissão internacional de investigação. Israel vai pagar pelo que fez", ameaçou Davutoglu.
O ministro de Saúde turco acusou Israel de não ter cooperado no envio dos feridos. "Não conseguimos o histórico dos feridos desde Israel. Tivemos que começar o tratamento do zero", disse Akdag.
Um quinto avião, também com feridos, está prestes a decolar de Tel Aviv, com destino a Grécia, segundo oficiais.
Israel libertou nesta quarta-feira todos os ativistas estrangeiros que haviam sido detidos na segunda-feira durante a ação contra a frota de barcos que tentava furar o bloqueio israelense para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
As autoridades israelenses afirmaram ter decidido não processar nenhum dos ativistas estrangeiros, mas alguns árabes israelenses que estavam nos barcos continuam detidos e podem enfrentar ações judiciais.
Segundo as autoridades israelenses, havia 682 pessoas de 42 países diferentes nos seis barcos interceptados na segunda-feira, numa operação em que nove pessoas morreram.
Com informações da BBC e da AP
Atualizada às 21h04
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