Tudo deveria estar na mesa sobre Síria, inclusive futuro de Assad, diz China

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O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, disse nesta quarta-feira que as conversações para o fim da guerra na Síria deveriam abranger todas as questões de interesse dos dois lados, incluindo o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad. Indagado sobre o futuro de Assad, Wang disse a repórteres: "Todos os assuntos que preocupam os dois lados deveriam ser colocados na mesa, incluindo aquele que você acabou de mencionar". Ele disse que as conversações deveriam começar com a abordagem de temas mais fáceis e, então, passar para os mais difíceis. "Acredito que enquanto a negociação continuar sem entraves, e à medida que o diálogo se aprofundar e a confiança entre as duas partes aumentar, todas as questões deverão e poderão ser resolvidas." O governo e a oposição da Síria, reunidos pela primeira vez, manifestaram hostilidade mútua nesta quarta-feira e o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, insistiu que o futuro de Assad não está em questão. "Ninguém neste mundo tem o direito de retirar legitimidade de um presidente ou governo... a não ser os próprios sírios", disse ele. Wang declarou que no início das conversações de paz, que começam para valer na sexta-feira em Genebra, a comunidade internacional deveria impelir as duas partes a estabelecerem um esboço indicando a direção e os princípios das negociações. "No começo, eles não deveriam se embrenhar em argumentações ou debates sobre questões em que suas posições estão bem distantes", disse ele. Para Wang, os dois lados deveriam se empenhar para obter uma "colheita antecipada" para construir a confiança, algo como libertação de prisioneiros, cessar-fogos locais e cooperação humanitária. O mediador internacional Lakhdar Brahimi disse que as duas partes poderiam estar prontas a adotar tais medidas. Quanto à possibilidade de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar uma resolução sobre acesso humanitário, Wang afirmou que a China está profundamente solidária com a má situação dos 2,4 milhões de refugiados sírios, mas seria um erro politizar a questão humanitária. (Reportagem de Tom Miles)

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