TEERÃ- A televisão estatal iraniana transmitiu um vídeo nesta segunda-feira, 7, de um homem que identifica como um cientista nuclear iraniano desaparecido, e que afirmou ter sido sequestrado e levado para os Estados Unidos.
Veja também:
Resolução de sanções ao Irã está pronta para votação
Irã é um caso especial, diz AIEA
Hillary alerta sobre manobras do Irã
Os últimos eventos da crise nuclear
Shahram Amiri desapareceu durante uma peregrinação a Arábia Saudita em junho de 2009. A imprensa americana disse em março que ele viajou aos Estados Unidos e está ajudando a CIA em seus esforços para destruir o programa nuclear iraniano. O Irã afirmou repetidamente que Amiri foi raptado pelos Estados Unidos.
O homem no vídeo estava usando fones de ouvido e parecia estar falando por uma webcam. A televisão mostrou o vídeo ao lado de uma fotografia de Amiri, e disse que o vídeo foi gravado em 5 de abril em Tucson, no Arizona.
No vídeo, o homem afirma que a inteligência saudita cooperou com a inteligência americana em seu sequestro, e que foi raptado por oficiais árabes na cidade de Medina em 3 de junho de 2009, que o levaram para um local desconhecido e injetaram tranquilizantes nele à força.
"Quando fiquei consciente, estava em um avião com destino aos Estados Unidos", disse. "Desde que eu fui sequestrado e trazido para os Estados Unidos, fui intensamente torturado e pressionado pela inteligência americana", denunciou.
Segundo o homem no vídeo, ele foi forçado a afirmar que falhou e que trouxe importantes provas com ele, inclusive um laptop com informações sigilosas sobre o programa nuclear iraniano, para fazer pressão contra Teerã.
O Irã afirmou recentemente que quer trocar três prisioneiros americanos por vários iranianos presos nos Estados Unidos - incluindo Amiri e outros que foram acusados de violarem sanções americanas ao Irã.
Segundo a televisão estatal iraniana, o vídeo foi obtido pela inteligência do país.
Teerã está enfrentando novas sanções devido a sua recusa em deter seu programa nuclear, que o país afirma ter fins pacíficos.
Antes de desaparecer, Amiri trabalhava na Universidade Malek Ashtar, na capital iraniana, instituição que tem vínculos com a poderosa Guarda Revolucionária.