
30 de outubro de 2009 | 11h13
Líderes europeus pressionaram o Irã nesta sexta-feira, 30, a concordar com um acordo que limitaria o enriquecimento de urânio no país. As lideranças demonstraram "grave preocupação" com o programa nuclear da República Islâmica.
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Diplomatas ocidentais disseram nesta semana que Teerã pediu mudanças em um plano proposto pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em conversas envolvendo Irã, EUA, Rússia e França. A iniciativa prevê que os iranianos exportem a maior parte de seu urânio enriquecido, para ele ser mais enriquecido fora do país, sob supervisão da ONU.
O urânio enriquecido pode ser usado tanto para fins pacíficos quanto para a produção de armas, dependendo do grau de enriquecimento. Caso o acordo seja fechado, a comunidade internacional teria mais controle sobre o programa iraniano, diminuindo o risco de um programa nuclear secreto. Teerã ressalta que tem apenas fins pacíficos, mas países como EUA e Israel afirmam que há também uma iniciativa secreta para produção de armas atômicas.
Os líderes da União Europeia demonstraram "grave preocupação com o desenvolvimento do programa nuclear do Irã e com o persistente fracasso de o país cumprir suas obrigações internacionais". A afirmação está em um rascunho de comunicado que circulou durante um encontro da UE em Bruxelas. O texto pede que o Irã concorde com a proposta da AIEA.
A contraproposta iraniana gerou críticas na Europa e em Israel. "São os mesmos velhos truques", atacou o ministro de Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, cujo país é o presidente rotativo da UE. O deputado israelense Tzahi Hanegbi afirmou que a situação está "de volta onde começamos".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta da AIEA é "um passo positivo".
Resposta
O Irã entregou sua resposta à proposta da AIEA na quinta-feira, mas não foram ainda divulgados detalhes sobre esse documento. Segundo o jornal The New York Times, o governo iraniano rejeitou a proposta. O diário atribui as informações a fontes diplomáticas dos EUA e da Europa. A imprensa iraniana divulgou que o país fez uma contraproposta, pedindo alterações no pacto, mas não há ainda informações oficiais sobre a resposta.
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