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Universidades de Israel proíbem atos contra ofensiva em Gaza

Alunos haviam convocado manifestação para lembrar um ano do ataque israelense que matou 1,4 mil palestinos

Por Efe
Atualização:

A Universidade Hebraica de Jerusalém e a de Haifa (norte de Israel) proibiram esta semana a realização em seus recintos de atos de denúncia contra a ofensiva israelense a Gaza realizada há um ano, que causou a morte de cerca de 1,4 mil palestinos.

 

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No caso do centro acadêmico de Haifa, era uma manifestação convocada para esta quarta-feira, 30, e cancelada na terça-feira, 29, pela direção, devido ao temor de que fosse "violenta", disse à Agência Efe um de seus porta-vozes, Amir Gilad.

 

"Não queríamos colocar vidas em perigo. Foi uma decisão excepcional. Normalmente, aqui há manifestações pelo menos duas vezes por semana", acrescentou.

 

O protesto tinha sido convocado pelas seções universitárias de três grupos: os árabes Iqra e Balad, e o comunista Hadash, o único partido judaico-árabe de Israel.

 

O ato tinha como objetivo "apoiar" os "irmãos palestinos e levar à Justiça os criminosos de guerra", segundo o texto dos panfletos de Convocação.

 

O líder do Hadash na Universidade de Haifa, Waal Sawaid, acredita que a interdição da manifestação viola o direito à liberdade de expressão e é uma "nova rendição" da direção aos "extremistas da Direita".

 

A central estudantil reconheceu ter "pressionado muito a direção para que revogasse a autorização do protesto", organizada por meio de panfletos "nos quais decisões do Governo eram comparadas a atos de organizações terroristas".

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Algo semelhante aconteceu na segunda-feira na Universidade Hebraica de Jerusalém, onde uma conferência sobre a ofensiva israelense em Gaza foi cancelada pela direção "apenas cinco horas antes da realização", disse à Efe Yuval Shilo, membro das juventudes de Hadash.

 

O panfleto em árabe do evento chamava a se juntar a uma tarde "em lembrança da horrível e maldita guerra sionista", em alusão à citada Operação.

 

Um estudante do Lavi - grupo filiado ao partido direitista Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - recebeu um dos panfletos e reclamou com a direção sobre o conteúdo, o que acabou motivando a proibição, disse Shilo.

 

Em comunicado, a universidade afirma que "permite a realização de atividades políticas, se estas não violarem a lei israelense ou contradizerem as tradições ou princípios da instituição".

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