Venezuela nega acusações colombianas de que guerrilheiros estariam no país

Na quinta, Bogotá apresentou vídeos e documentos mostrando líderes das Farc no país vizinho

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Atualização:

CARACAS - A Venezuela rejeitou nesta sexta-feira, 16, as acusações da Colômbia sobre a presença de líderes guerrilheiros em seu território e disse que as denúncias são uma "tentativa desesperada" de minar a eventual normalização das estremecidas relações diplomáticas entre os vizinhos sul-americanos. Caracas também convocou seu embaixador em Bogotá para consultas após rejeitar as acusações colombianas.

 

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A Colômbia divulgou na quinta-feira vídeos e informações para provar que líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército da Libertação Nacional (ELN) se encontram na Venezuela. O ministro da Defesa, Gabriel Silva, enfatizou que "essa tolerância permanente" da presença dos guerrilheiros representa uma ameaça à segurança colombiana.

 

A chancelaria venezuelana, porém, rejeitou a denúncia e disse que não passava de "uma nova tentativa do atual presidente (Álvaro Uribe) de acabar com as relações entre os dois países, o que tem empreendido com obsessão doentia nos últimos anos".

 

Caracas qualificou o anúncio de Bogotá como "um patético espetáculo midiático que constitui uma tentativa desesperada para desestabilizar o terreno de uma eventual normalização de relações bilaterais".

 

"O caminho da mentira, da agressão e do desrespeito contra a Venezuela sempre impedirá a regularização das relações entre os governos de nossos países. Se a situação persistir, o governo bolivariano da Venezuela avaliará a tomada de medidas políticas e diplomáticas firmes e contundentes", finaliza o comunicado.

 

O anúncio colombiano ocorreu em um momento no qual o presidente eleito, Juan Manuel Santos, se encontra a poucos dias de tomar posse, o que ocorrerá no dia 7 de agosto, ato para o qual Hugo Chávez, presidente da Venezuela, foi convidado. O Ministério de Exteriores venezuelano informou que está avaliando o convite.

 

A Colômbia disse que estão na Venezuela os guerrilheiros Iván Márquez, Rodrigo Granda, Timoleon Jiménez e German Briceno, todos das Farc, e Carlos Marin Guarin do ELN. Posteriormente, mostrou vídeos e documentos para provar as acusações.

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As relações entre Bogotá e Caracas estão congeladas há quase um ano por decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que respondeu assim a acusações colombianas de que haveria um suposto desvio de armas da Venezuela para as Farc. Chávez disse que tais alegações são "irresponsáveis".

 

A tensão aumentou em outubro de 2009, quando a Colômbia assinou um acordo com os EUA que permite que os americanos utilizem instalações militares no território colombiano para combater o narcotráfico e o terrorismo.

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