O vice-presidente do Parlamento do Irã, Mohammad Reza Bahonnar, disse nesta quinta-feira que o país rejeitou o acordo para enriquecer urânio na Rússia. O plano foi negociado por EUA, Reino Unido, França, Rússia China e Alemanha durante uma conferência em Viena, na Áustria, no começo do mês.
Veja também:
Especial: O programa nuclear do Irã
Irã e Israel têm diálogo rápido em fórum nuclear
O comentário de Bahonar foi a primeira reação pública ao acordo em Teerã. No entanto, o parlamentar não fala pelo governo, que é quem decide sobre esta questão.
Na quarta-feira, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed ElBaradei, anunciou ter chegado ao esboço de um acordo entre Irã e EUA, Rússia e França, que, em tese, diminui os riscos de o Irã usar seu programa nuclear para produzir armas atômicas.
Embora a delegação iraniana tenha concordado com os termos da proposta, sua entrada em vigor depende ainda da aprovação final por Washington, Paris, Moscou e Teerã, o que deve ocorrer até sexta-feira. O principal representante iraniano, Ali Ashgar Soltanieh, é considerado um técnico, sem condições de firmar compromissos políticos de alto nível. O diálogo é visto como a primeira tentativa séria de engajamento diplomático entre americanos e iranianos nos últimos 30 anos.
O acordo preliminar, fechado após três dias de negociações em Viena, prevê o envio de 75% das reservas de urânio de baixo enriquecimento do Irã para a Rússia (quase 1.200 quilos), no período de um ano, para que seja enriquecido e convertido em combustível para um reator usado para finalidades médicas em Teerã. Tecnicamente, a conversão do material radioativo na Rússia dificultaria seu uso militar.
Com AP