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May e Comissão Europeia concordam em 'acelerar' negociações do Brexit

Consequências financeiras, destino dos europeus no Reino Unido e relação com a Irlanda são alguns dos assuntos prioritários

Atualização:

BRUXELAS - A primeira-ministra britânica, Theresa May, se reuniu nesta segunda-feira, 16, em Bruxelas, com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para tentar destravar as negociações sobre o Brexit antes da cúpula europeia, que ocorre na quinta e sexta.  

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"A primeira ministra e o presidente da Comissão Europeia revisaram os progressos realizados até agora e concordaram que esses esforços deveriam ser acelerados", informou o comunicado. 

Apesar de o gabinete da primeira-ministra insistir em que esta reunião foi prevista há semanas, a viagem de May dá a impressão de caráter de urgência, após a decepção com a última rodada de negociações sobre o Brexit. 

Bandeira do Reino Unido na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica. Foto: François Lenoir/Reuters

+ Para entender: o vocabulário utilizado nas negociações do Brexit

O ministro britânico encarregado do Brexit, David Davis,  acompanhou May, enquanto Juncker foi com o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier. O jantar "informal" tratou de "interesses europeus e geopolíticos" antes da cúpula no fim da semana, e não apenas sobre Brexit, segundo Margaritis Schinas, porta-voz da instituição. 

O ministro britânico de Relações Exteriores, Boris Johnson, disse que é preciso colocar "um tigre no motor" das negociações. Segundo ele, o Reino Unido está disposto "a empreender discussões sérias sobre a futura relação". 

Na última quinta-feira, Barnier fechou uma rodada de negociações com a equipe britânica lamentando "o ponto morto preocupante" sobre a questão financeira. Oficialmente, Bruxelas considera que o montante da fatura deve oscilar entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros. "Devem pagar", afirmou Juncker na sexta-feira, fazendo ainda mais pressão. 

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Cronologia: do referendo à saída de fato do Reino Unido da UE

Consequências. O assunto, bem como o destino dos europeus no Reino Unido e as consequências do Brexit para a Irlanda, são os três assuntos prioritários nos quais a UE exige "progressos suficientes" antes de começar a falar mais profundamente da futura relação com o Reino Unido. 

Por causa da estagnação, Barnier alertou que não será capaz de recomendar aos dirigentes dos 27 países do bloco que passem à próxima fase das negociações sobre a futura relação comercial durante a cúpula de quinta e sexta em Bruxelas. 

Contudo, como mostra de boa vontade, os europeus podem se comprometer a iniciar "negociações internas preparatórias" sobre essa relação, segundo um projeto de conclusões da cúpula. 

Um avanço nas negociações poderia servir para May melhorar sua imagem no Reino Unido, enfraquecida pelo revés nas legislativas de junho.

A mandatária está em meio a um fogo cruzado em seu país e é cobrada por alguns "brexiters" que pedem para ela manter uma linha dura diante de Bruxelas. / AFP

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