Na Ásia, Trump diz ter ‘ótimo relacionamento’ com líder filipino

Autoridade da Casa Branca afirmou que questão de direitos humanos foi mencionada brevemente durante encontro entre os presidentes; líder americano afirmou que alcançou progresso significativo em questões comerciais durante viagem ao continente asiático

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Por Redação
Atualização:

MANILA - O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 13, que tem um “ótimo relacionamento” com o líder filipino, Rodrigo Duterte. Uma autoridade da Casa Branca disse que a questão dos direitos humanos foi mencionada brevemente durante um encontro entre os dois nos bastidores de uma cúpula asiática.

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A reunião foi uma das mais aguardadas do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em Manila, e grupos de direitos humanos pressionaram Trump para ser mais rígido com Duterte em razão da violenta guerra contra as drogas do governo filipino, em meio à qual milhares de pessoas já morreram.

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A reunião entre Donald Trump e Rodrigo Duterte (dir.) foi uma das mais aguardadas do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Manila Foto: AP Photo/Andrew Harnik

“Somos seu aliado. Somos um aliado importante”, disse Duterte ao presidente americano no início das conversas, de acordo com repórteres que tiveram acesso à sala de reuniões. Trump respondeu: “Temos tido um ótimo relacionamento. Ele tem sido muito bem-sucedido. E a conferência da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) foi lindamente organizada pelo presidente das Filipinas”.

Quando um repórter perguntou a Trump se ele abordaria os direitos humanos na reunião, Duterte disse: “Isto não é um comunicado à imprensa. É uma reunião bilateral”.

Mais tarde, um porta-voz do governo filipino afirmou que os direitos humanos não foram abordados, mas a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, garantiu que o tópico foi mencionado. “A conversa se concentrou no Estado Islâmico (EI), drogas ilegais e comércio. Os direitos humanos vieram à tona brevemente no contexto da luta das Filipinas contra as drogas ilegais.”

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Na semana passada, Duterte, que falou de Trump em tom elogioso, afirmou que diria ao presidente dos EUA para “ficar na sua”, se abordasse acusações de violações de direitos humanos.

Duterte já foi chamado de “Trump do Oriente” por seu estilo e linguagem ríspidos. Em maio, ele foi criticado por elogiar o líder filipino durante um telefonema pelo “ótimo trabalho” que está fazendo para conter os narcóticos ilegais.

Mais de 3,9 mil pessoas já morreram em razão da guerra contra as drogas que Duterte declarou quando tomou posse em 2016. Seu governo afirma que a polícia age em legítima defesa, mas críticos denunciam execuções ilegais.

A reunião da Asean nesta segunda-feira deve ser marcada pela crescente ameaça do EI no Sudeste Asiático e pelos esforços para pressionar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, para que abandone suas ambições nucleares.

"O terrorismo e o extremismo põem em perigo a paz, a estabilidade e a segurança da nossa região, pois essas ameaças não conhecem fronteiras", alegou Duterte, em seu discurso de abertura da cúpula.

A chegada de Trump às Filipinas foi marcada por cerca de 2 mil manifestantes hostis, segundo a polícia, que levavam cartazes com os dizeres "Trump, volte para casa”.

Comércio

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Trump disse nesta segunda-feira que alcançou progresso significativo em questões comerciais durante a viagem à Ásia, e viu governos estendendo tapetes vermelhos “como ninguém nunca viu antes”.

“Nós demos passos muito grandes com relação ao comércio, maior do qualquer coisa que vocês conheçam”, disse o presidente americano a repórteres em Manila.

Trump não forneceu detalhes sobre suas conquistas em questões comerciais durante a viagem, na qual visitou Japão, Coreia do Sul, China e Vietnã, antes de fazer sua última escala na capital das Filipinas.

Ele disse que um comunicado será emitido pela Casa Branca na quarta-feira sobre Coreia do Norte e comércio, questões-chave de uma visita que descreveu como proveitosa. “Foi um tapete vermelho como ninguém, eu acho, provavelmente jamais viu”, disse. / AFP e REUTERS

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