Boris Johnson assumirá governo na presença da rainha Elizabeth II

​Novo líder ​do Partido Conservador se tornará​ ​primeiro-ministro do ​R​eino Unido​, efetivamente,​ na quarta-feira, 24, após a renúncia de Theresa May e a incumbência da monarca para que ele forme um novo governo

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Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

LONDRES - Decidido que Boris Johnson será o novo primeiro-ministro do Reino Unido, conforme apuração dos votos do Partido Conservador divulgada nesta terça-feira, 23, seguem-se os trâmites formais para a transmissão de cargo, ainda sob a tutela de Theresa May. Ela renunciará formalmente ao cargo na quarta-feira, perante a rainha Elizabeth II. Em seguida, seu sucessor também terá um encontro com a monarca.

No Palácio de Buckingham, Johnson será oficialmente questionado pela rainha se aceita formar um governo em nome de "Sua Majestade". A cerimônia costuma ser restrita, com apenas divulgações de fotos oficiais do encontro. 

Boris Johnson assumiu o governo britânicoapós renúncia de Theresa May Foto: REUTERS/Toby Melville

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O Estadão/Broadcast apurou com fontes de Downing Street que todo o processo se dará rapidamente e há expectativa de um pronunciamento de May na tarde desta terça ou na quarta-feira quando deixar o número 10 de Downing Street, residência oficial dos premiês - essa definição ficará a cargo do vitorioso. 

Já Johnson deverá fazer seu primeiro pronunciamento como o novo primeiro-ministro no Parlamento na quarta-feira, perto da hora do almoço (manhã em Brasília), numa sessão que marcará o início do recesso de verão dos trabalhos Legislativos no Reino Unido.

May decidiu deixar o cargo após sua proposta de acordo do Brexit, como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), ser derrotada três vezes em votações no Parlamento. Os deputados não concordaram com os planos da premiê, mas deixaram claro que o que mais detestariam ver seria um divórcio sem acordo. 

Johnson foi contundente ao dizer que a separação será concretizada até 31 de outubro, nova data-limite para o Brexit dada pela UE. Nas palavras do novo primeiro-ministro durante a campanha, isso será feito “aconteça o que acontecer” e “com ou sem acordo” com o bloco.

Temendo que Johnson fosse vitorioso, na semana passada o Parlamento aprovou uma medida que proíbe o primeiro-ministro de suspender a atual legislatura para que determine o divórcio sem um acordo com o bloco. A manobra tem alta dose de precaução, pois os deputados temiam uma ação desse tipo por parte do novo governante. 

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Pelo modelo político britânico, uma saída do Brexit sem um acordo não seria possível sem o "consentimento" da rainha, mas o Parlamento preferiu não pagar para ver. Até porque não se conhece a opinião de Elizabeth II sobre o divórcio com os demais países europeus - apesar de ela ter liberdade para expressar suas opiniões, dificilmente isso ocorre para não aprofundar uma crise ou uma separação entre a população e o governo. O papel da majestade é o de unir o país e nunca trabalhar para que haja uma corrosão.

Os atuais ministros que ficarem em seus postos na troca de governo não precisarão passar por novas avaliações como quando chegam ao posto - a questão gerava dúvidas até entre experientes articuladores políticos. 

Há a expectativa, no entanto, de que muitos optem pelo desligamento de seus cargos por não concordarem com a visão mais radical de Johnson em relação ao Brexit. O primeiro evento internacional do calendário fixo que o novo premiê do Reino Unido deverá ter é a reunião de líderes do grupo das sete economias mais avançadas do globo, o G-7, em agosto.

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