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Caravana de imigrantes da América Central rumo aos EUA entra no México 

Governo mexicano prometeu a Trump que conteria multidão, mas ela furou cerco e cruzou fronteira diante do olhar passivo da polícia

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Por Redação
Atualização:

CIDADE DO MÉXICO - Cerca de 4 mil imigrantes da América Central viajando em uma grande caravana há uma semana romperam nesta sexta-feira, 19, rompeu uma cerca e cruzou uma ponte na fronteira da Guatemala com o México e entraram no território mexicano. Eles seguem rumo aos EUA, o que fez o presidente Donald Trump ameaçar com uma série de retaliações, que vão do fechamento da fronteira à suspensão do Nafta

Vista da ponte sobre o RioSuchiate, na divisa entre as cidades de Tecún Umán (Guatemala) e Ciudad Higaldo (México) Foto: PEDRO PARDO / AFP

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O governo do México prometeu enfrentar o desafio imposto pela caravana, que partiu de Honduras. O chanceler mexicano, Luis Videgaray, recebeu hoje o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, na Cidade do México, para discutir o caso. “É um desafio que o México está enfrentando”, disse Videgaray. 

O secretário de Estado, por sua vez, respondeu que a imigração ilegal para os EUA na fronteira com o México está se aproximando de um momento de crise, com números recordes. “O presidente Donald Trump foi claro sobre a questão mais importante que enfrentamos hoje”, afirmou Pompeo. A Casa Branca já ameaçou cortar ajuda a Honduras, El Salvador e Guatemala se a caravana não for contida.

O governo mexicano buscou ajuda da agência de refugiados da ONU para registrar os imigrantes pedindo asilo na fronteira, uma medida que pode dispersar a multidão e acalmar Trump. O México afirma que os imigrantes serão registrados e aqueles que não tiverem uma justificativa legítima para seguir viagem ou ficar em seu território serão devolvidos a seus países de origem.

A caravana da América Central que se formou no sul do México no fim de março também foi alvo da ira de Trump que, na quinta-feira, ameaçou acionar os militares e fechar a fronteira se o México não detiver a multidão. No entanto, ontem ele agradeceu o empenho do governo mexicano em conter a caravana, que foge da violência e da pobreza na região. 

O grupo saiu no sábado da cidade de San Pedro Sula, no norte de Honduras, após uma convocação pelas redes sociais. Desde então, os povoados da Guatemala viram com assombro a passagem dos hondurenhos que marcham, até mesmo com bebês e pessoas em cadeiras de rodas. Muitos guatemaltecos se uniram ao grupo e outros ofereceram água, comida e abrigo. 

Apelo

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Doris Canales saiu de Honduras em busca de uma nova vida nos EUA. Hoje, na fronteira da Guatemala com o México, e com um longo caminho a percorrer, ela suplicava pela ajuda de Trump. “Minha mensagem para o presidente dos EUA é que ele coloque a mão no coração e nos ajude. Sabemos que aquele país não é nosso, mas em nome de todos os hondurenhos que estão aqui, eu peço ao presidente Trump que nos apoie”, disse Doris. 

No Rio Suchiate, na divisa entre as cidades de Tecún Umán (Guatemala) e Ciudad Higaldo (México), alguns imigrantes utilizaram balsas improvisadas para escapar dos controles oficiais, enquanto outros tentavam cruzar a ponte em grupos. 

No Departamento de San Marcos, onde fica Tecún Umán, havia uma grande presença militar. Depois de momentos de tensão, por conta da aglomeração e do forte calor, a multidão furou o cordão policial e seguiu diante do olhar passivo da polícia mexicana. Em seguida, a caravana se dispersou pelo território mexicano e seguiu viagem rumo aos EUA. / REUTERS, AFP, EFE e AP