21 de fevereiro de 2022 | 20h00
A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer a independência das regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk, é uma medida que muitos temem como o estopim de uma intervenção militar russa contra a Ucrânia. A questão é problemática porque o território das duas províncias é maior do que a área efetivamente controlada pelos rebeldes. Assim, os separatistas podem requerer auxílio russo para expulsar dali forças do Exército ucraniano, abrindo caminho para uma invasão de tropas do Kremlin.
O conflito na região começou em 2014, quando rebeldes pró-Rússia tomaram prédios governamentais em Donetsk e Luhansk. Desde então, uma guerra de trincheiras ocorre na região. Ao menos de 13 mil pessoas já morreram.
Putin diz a Macron que reconhecerá a independência de duas regiões separatistas do leste da Ucrânia
Desde novembro, Putin reúne mais de 100 mil homens na fronteira com essas duas regiões, e tem pressionado a Ucrânia a não entrar na Otan, com a justificativa de que esse movimento prejudicaria a segurança da Rússia.
Nas últimas semanas, os rebeldes têm denunciado uma série de ataques de artilharia na região. Enquanto os separatistas culpam o governo ucraniano, aliados de Kiev, os Estados Unidos e a Otan, acusam a Rússia de tramar uma operação de “bandeira falsa” com esses ataques, para justificar a invasão.
Embora o governo russo tenha negado isso, Putin tem um longo histórico de acusações contra ele por usar tais operações. Antes do Conselho de Segurança russo se reunir nesta segunda, a TV estatal russa Rússia 24 exibiu vídeos dos líderes de Donetsk e Luhansk, Denis Pushilin e Leonid Pasechnik, respectivamente, pedindo o reconhecimento de suas regiões como Estados independentes a Putin.
"Em nome de todos os povos da República Popular de Donetsk (RPD), pedimos que reconheça a República Popular de Donetsk como um Estado independente, democrático, social e de Direito", disse Denis Pushilin, líder dos separatistas da região.
"Estimado Vladimir Vladimirovich [segundo nome de Putin], com o fim de impedir a morte massiva dos habitantes da república, peço que reconheça a soberania e a independência da República Popular de Luhansk", disse Leonid Pasechnik, pedindo também que o líder russo estude a possibilidade de firmar um tratado de cooperação de amizade entre Rússia e a RPL. / NYT e AP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.