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Cúpula militar da Venezuela reafirma apoio a Maduro e acusa Guaidó de golpe

Ao ler um comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela, general Vladimir Padrino afirma que não aceitará um 'presidente autoproclamado' nem se subordinará 'a uma potência estrangeira'

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O ministro da Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 24, que a autoproclamação do líder parlamentar opositor Juan Guaidó como presidente interino é um "golpe de Estado" em marcha. 

"Alerto o povo da Venezuela que está acontecendo um golpe de Estado contra a institucionalidade, contra a democracia, contra a nossa Constituição, contra o presidente Nicolás Maduro, presidente legítimo", assegurou o ministro, rodeado pela cúpula militar. 

Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Foto: AFP PHOTO / PRESIDENCIA

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Ao ler um comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela, Padrino afirmou que não aceitará um "presidente autoproclamado" nem se subordinará "a uma potência estrangeira", além de ter rejeitado os "grosseiros atos de ingerência" de alguns governos. A nota afirma que a FANB não aceitará "jamais" um governante "imposto à sombra de interesses obscuros". 

A instituição militar rejeita o que considera "ações ilegais com as quais se busca instalar um governo paralelo" na Venezuela, "assim como os aleivosos chamados de alguns setores" para afastá-la da "trilha democrática".

"Rejeitamos do modo mais enérgico possível os grosseiros atos de ingerência realizados por governos estrangeiros os quais consideramos desrespeitosos do direito internacional e do princípio de autodeterminação dos povos, sendo, além disso, ofensivos à dignidade dos venezuelanos", destaca o comunicado.

Além disso, a nota assegura que a FANB vai garantir "a paz cidadã e o correto funcionamento das instituições do Estado" e não tolerará "atos de vandalismo ou terroristas por parte de grupos que promovam a violência como perverso mecanismo para alcançar seus fins".

Finalmente, reitera que reconhece como Maduro "legítimo presidente", após ter sido eleito "pela grande maioria dos eleitores em eleições livres, universais diretas e secretas realizadas em 20 de maio de 2018".

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Ontem, Padrino deu apoio a Maduro por meio do Twitter. "O desespero e a intolerância atentam contra a paz da nação. Os soldados da pátria não aceitam um presidente imposto pela sombra de interesses escusos e autoproclamado à margem da lei", disse.

Após a autoproclamação de Guaidó, Maduro rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos. O presidente também pediu que a Justiça tome medidas contra Guaidó. "Cabe aos órgãos responsáveis atuar como diz a lei, já que esse é um tema de Justiça para preservar o Estado e a ordem democrática", disse Maduro diante de simpatizantes no Palácio de Miraflores.

Judiciário

Nesta quinta-feira, Madurou compareceu à sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para receber o apoio dos magistrados. 

O líder chavista chegou ao TSJ acompanhado de sua mulher, Cilia Flores, e cumprimentou os juízes que lhe reconhecem como legítimo e que ordenaram o Ministério Público a empreender ações contra Guaidó, líder da Assembleia Nacional.

Parte da recepção dos magistrados a Maduro foi transmitida pela emissora estatal VTV, que também nesta quinta-feira divulgou várias expressões de apoio ao presidente, como as mensagens de generais da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e de Padrino.

Nicolás Maduro no Tribunal Supremo de Justiça Foto: Bloomberg photo by Carlos Becerra

O magistrado Juan José Mendoza, presidente da Sala Constitucional do Supremo, mandou ontem que a procuradoria "tome medidas" de "maneira imediata" diante da conduta "delitiva" da direção do Parlamento, controlado pela oposição, e que não reconhece Maduro como presidente.

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"Essa sala exorta que o Ministério Público determine as responsabilidades que possam ter os integrantes da Assembleia Nacional diante da objetiva materialização de condutas constitutivas de tipo delitivo", disse Mendoza em uma declaração lida na presença de jornalistas. / AFP e EFE 

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