05 de novembro de 2020 | 23h03
DETROIT, KENOSHA E LAS VEGAS - Pela quantidade de votos no colégio eleitoral, Pensilvânia, Geórgia e Wisconsin são Estados importantes para eleger um presidente. Somados, têm 36 delegados – 20 da Pensilvânia, 16 da Geórgia e 10 de Wisconsin. No entanto, neste ano, Arizona, com 11 votos, e Nevada, 6, por circunstâncias da apuração, também ganharam as atenções.
No Arizona, a Associated Presse e a Fox News projetaram a vitória de Joe Biden no Estado – os EUA não têm uma Justiça Eleitoral e a imprensa é quem costuma divulgar o ganhador.
No caso da Fox News, emissora preferida dos republicanos, a decisão dos estatísticos da casa de dar a vitória a Biden no Arizona causou incômodo entre apresentadores e analistas. No entanto, muitas TVs e jornais, como CNN, ABC News, NBC e New York Times, preferiram cautela e mantiveram a disputa no Estado ainda aberta.
Nevada também atraiu as atenções – e não foi por causa dos cassinos de Las Vegas. Neste ano, com a contagem encerrada em muitos lugares, o Estado acabou sendo um dos poucos disputados até o fim. Apesar de nem todos os números estarem fechados, Biden é favorito para vencer Trump no Estado – a contagem, porém, é lenta e só deve ser encerrada hoje, de acordo com autoridades eleitorais de Nevada.
As reviravoltas que deram a vitória a Biden em Michigan e Wisconsin irritaram Trump. Para entender o que ocorreu, é preciso voltar a 2016. Nas eleições passadas, uma das maiores surpresas foi o condado de Macomb, nos arredores de Detroit. Com uma população de trabalhadores, Macomb se identificou com o discurso de Trump contra acordos comerciais.
“Hillary Clinton não tinha nenhum apelo para esse eleitor”, lembra Jonathan Hanson, professor da Universidade de Michigan. Em 2016, Trump ganhou o Estado por 9.497 votos, mas perdeu por mais de 21 mil agora. “Michigan voltou a ser democrata”, afirma Hanson.
Já em Wisconsin a eleição tinha outras motivações. Os protestos pela morte de um negro pela polícia, em Kenosha, e a pandemia ajudaram na vitória a Biden – Trump liderou parte da apuração e tinha levado a melhor em 2016, após vitórias seguidas dos democratas em sete eleições. O analista político Carlo Barbieri, no entanto, é cauteloso ao falar de uma mudança de posição em favor dos democratas. “No resultado final, a diferença de votos foi muito pequena”, disse.
De todos, a Geórgia talvez tenha sido a maior surpresa. Biden disputou com Trump voto a voto a vitória em um reduto histórico republicano. O Estado é conhecido por ter um passado racista, mas vem sofrendo uma rápida mudança demográfico, especialmente nos subúrbios de Atlanta, que favorecem os democratas.
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