Putin diz que EI fez 700 reféns na Síria

Presidente russo diz que grupo ameaça matar 10 por dia, entre eles americanos

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Por Redação
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SOCHI, RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que militantes do Estado Islâmico fizeram cerca de 700 reféns em regiões da Síria controladas por forças apoiadas pelos EUA. Segundo Putin, os jihadistas prometeram executar 10 pessoas por dia – o que já estaria sendo cumprido. Entre os reféns há americanos e europeus.

Vladimir Putin em evento anual em Sochi Foto: Alexei Druzhinin / SPUTNIK / AFP

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Falando na cidade de Sochi, no Mar Negro, Putin disse que o Estado Islâmico está expandindo o controle territorial na margem esquerda do Rio Eufrates, região controlada por forças apoiadas pelos EUA. O presidente russo não especificou quais eram as demandas dos jihadistas. 

“Eles deram um ultimato, fizeram exigências específicas e advertiram que, se elas não forem cumpridas, eles executarão dez pessoas por dia”, disse Putin. Segundo ele, os jihadistas já haviam executado dez reféns na terça-feira. O presidente russo denunciou o fato de “todos estarem calados, como se não estivesse ocorrendo nada”.

A agência de notícias russa TASS informou, na quarta-feira, que os militantes do Estado Islâmico tomaram os reféns na Província de Deir es-Zor, após atacarem um campo de refugiados em uma área controlada pelas forças apoiadas pelos EUA. O avanço teria ocorrido no dia 13. Segundo a agência, os militantes capturaram cerca de 130 famílias, que foram levaram para a cidade de Hajin.

Em Washington, o Pentágono pôs em dúvida as alegações de Putin. “Apesar de confirmarmos que houve um ataque contra pessoas internamente deslocadas em um campo (perto de Deir es-Zor), na semana passada, não temos informações que confirmem o grande número de reféns ao qual o presidente Putin se refere e estamos céticos com relação a sua veracidade”, disse o comandante Sean Robertson, porta-voz do Ministério da Defesa, em um comunicado. “Também não temos informação de que havia algum americano nesse campo.” 

Ajuda externa. Durante uma sessão plenária em Sochi, Putin também disse que a Rússia alcançou os objetivos que havia proposto em 2015, quando iniciou sua intervenção militar na Síria, em apoio ao regime de Bashar Assad. Ele acrescentou que a Rússia deu um golpe “colossal” nos terroristas na Síria e “também mudou de forma radical a situação interna graças à intervenção no país.

“Liberamos praticamente 95% do território sírio. Garantimos a soberania e evitamos a fragmentação do Estado como tal”, afirmou o presidente russo. Cerca de 3 mil soldados da Rússia ainda permanecem na Síria.

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A notícia sobre os reféns foi divulgada dias após o regime de Assad anunciar a entrega de novos e modernos mísseis da Rússia como um meio de garantir a segurança da Síria e de todo o Oriente Médio. Nos últimos sete anos, Damasco sofreu ataques não apenas do Estado Islâmico, mas também bombardeios de caças israelenses. 

Inicialmente, a Rússia tentou manter um equilíbrio entre Síria e Israel. No entanto, em setembro, um avião de vigilância russo foi derrubado pelo sistema antiaéreo sírio, que respondia a um bombardeio israelense. Após o incidente, Moscou decidiu enviar a Damasco o sistema de mísseis terra-ar S-300 como forma de ampliar a capacidade de defesa do aliado.

O EI foi expulso de Raqqa, mas continua aterrorizando os moradores da cidade do norte da Síria, conquistada há um ano por combatentes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias (FDS), com o apoio da coalizão internacional liderada pelos EUA. O grupo, que agora controla algumas partes da Província de Der es-Zor, tenta retomar antigos redutos. / REUTERS e EFE

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