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Reforma da previdência faz aprovação de Putin cair na Rússia

Kremlin minimiza insatisfação com reforma da previdência anunciada durante a Copa

Atualização:

MOSCOU - O Kremlin minimizou nesta segunda-feira, 25, uma rara queda no índice de aprovação do presidente russo, Vladimir Putin, causada pelos planos de aumentar consideravelmente a idade de aposentadoria. De acordo com o governo russo, “não há necessidade de dramatizar a situação”. “Putin não está preocupado com seus índices de aprovação”, disse seu porta-voz, Dmitri Peskov.

Em janeiro de 2017, as agências americanas anunciaram que era possível dizer com segurança queVladimir Putin ordenou pessoalmente a “campanha de influência” destinada a enfraquecer Hillary Clinton Foto: Alexei Nikolsky / Sputnik / AFP

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O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, disse, no dia 14, que o governo pretende elevar a idade de aposentadoria dos homens em cinco anos, de 60 para 65 anos, e das mulheres em oito anos, de 55 para 63. A justificativa da reforma da previdência é diminuir a pressão sobre os cofres públicos.

Como a medida foi anunciada no dia do início da Copa do Mundo da Rússia, os críticos acusaram Medvedev de tentar esconder a má notícia e, desde então, pesquisas mostraram que cerca de 90% da população se opõe ao plano.

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Uma pesquisa publicada na quinta-feira pelo instituto FOM revelou que o número de russos que disseram que votariam em Putin caiu oito pontos porcentuais em uma semana, diminuindo de 62% para 54%, e seu índice de aprovação recuou de 75% para 69%.

Outro levantamento, do instituto estatal VTsIOM, apontou, na sexta-feira, que a aprovação do presidente diminuiu cerca de cinco pontos porcentuais. Quase 2,5 milhões de pessoas também assinaram uma petição pedindo que Putin não leve a iniciativa adiante.

Indagado hoje sobre a redução na popularidade de Putin, Peskov se mostrou otimista. “Eu não dramatizaria a situação”, disse o porta-voz de Putin a repórteres em uma teleconferência. A reforma previdenciária proposta é uma questão socialmente delicada que ainda tem que ser finalizada.

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“É claro, a sensibilidade pública (sobre o tema) tem um efeito na volatilidade dos indicadores de popularidade. Mas vocês sabem que Putin tem uma atitude realmente pragmática em relação a isso e o principal para ele é continuar trabalhando e cumprindo suas tarefas como chefe de Estado. Ele não está preocupado com seus índices”, disse Peskov.

Embora em queda, a aprovação de Putin continua muito mais alta do que a de qualquer um de seus adversários políticos. Putin, que se reelegeu com grande vantagem em março e está com 65 anos, disse em 2005 que jamais concordaria em elevar a idade de aposentadoria enquanto fosse presidente.

Cúpula 

Diplomatas russos e americanos confirmaram hoje que Viena poderá receber a reunião de cúpula de Putin com o presidente dos EUA, Donald Trump. Americanos e russos trabalham para costurar uma data em julho, quando Trump irá à Europa para encontro de chefes de Estado e de governo da Otan.

A possibilidade de encontro em Viena teria sido sugerida pelo primeiro-ministro austríaco, Sebastian Kurz, que é um dos líderes europeus mais próximos de Putin. A data sugerida por ele, dia 15 de julho, no entanto, é o dia da final da Copa do Mundo, em Moscou, compromisso que o presidente russo não pretende faltar.

Hoje, a chancelaria russa disse que Putin convidou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para assistirem à final da Copa. Abbas disse que vai. Netanyahu ainda não respondeu./ REUTERS 

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