CARACAS - Militares russos estão operando drones sobre a Venezuela como parte de uma operação de busca por integrantes de uma força paramilitar que liderou uma invasão mal-sucedida nesta semana, informou a mídia local na sexta-feira. O grupo teria a intenção de sequestrar e levar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para os Estados Unidos.
Pelo menos oito membros das forças especiais russas estariam “operando drones em operações de busca e patrulha” perto de La Guaira, o Estado costeiro ao norte de Caracas, capital da Venezuela, de acordo com uma reportagem do site local El Nacional.
O veículo publicou um print de um tuíte que, segundo ele, foi excluído na quinta-feira do perfil do comando militar, conhecido como Zodi La Guaira.
Uma aeronave que chegou ao aeroporto internacional do país na quinta-feira se juntaria à missão de busca, escreveu o Zodi La Guaira em outro tuíte, publicando uma foto de um helicóptero. O El Nacional disse que o tuíte também foi excluído posteriormente.
A origem da aeronave e por que os tuítes foram excluídos não ficou claro. O Ministério da Informação não respondeu a um pedido de esclarecimento.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias Interfax neste sábado, 9, que a reportagem representa uma tentativa de denegrir a cooperação entre Moscou e Caracas.
Na mesma sexta-feira, o Zodi La Guaira postou um tuíte dizendo que o comando “nega categoricamente a interferência dos militares russos”, em suas fileiras. A publicação incluía uma print de um tuíte do usuário @YourNewsAnonLat sobre o suposto apoio da Rússia, dizendo que a alegação era “fake news”. O comando não comentou os prints dos supostos tuítes anteriores da conta.
Embora a incursão tenha sido considerada um fracasso desde que as autoridades anunciaram inicialmente que ela tinha sido desbaratada no domingo, havia informações de que mais homens estariam em território venezuelano.
Não há evidências, no entanto, de nenhuma ação militar por parte do grupo desde domingo.
Trinta e uma pessoas foram presas, disse o promotor-chefe Tarek Saab na sexta-feira, incluindo dois norte-americanos que trabalham para a empresa de segurança que a organizou, a Silvercorp USA.
As autoridades disseram que oito pessoas foram mortas. / REUTERS