Kim diz que não se reuniria com Trump se não quisesse desnuclearização

'Se eu não estivesse disposto (a desnuclearizar), eu não estaria aqui agora', afirmou o líder norte-coreano; segundo dia de cúpula com presidente americano acontece nesta quinta-feira, 28

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

HANÓI - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un afirmou que não se encontraria novamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se não estivesse disposto a avançar no programa de desnuclearização  de Pyongyang. Ambos os líderes se encontraram novamente no hotel Sofitel Metropole,  em Hanói, nesta quinta-feira, 28, para o segundo dia de conversas no Vietnã.

Se eu não estivesse disposto a fazer isso (desnuclearizar), eu não estaria aqui agora

Kim Jong-un, durante cúpula com Trump no Vietnã

Donald Trump e Kim Jong Un em Hanói, no Vietnã, no segundo dia da cúpula entre os líderes Foto: Doug Mills/ The New York Times

PUBLICIDADE

"Se eu não estivesse disposto a fazer isso (desnuclearizar), eu não estaria aqui agora", disse Kim após uma pergunta de um repórter americano. A resposta pode ter sido a primeira do líder norte-coreano para um jornalista estrangeiro.

Kim afirmou ainda ver com bons olhos a abertura de uma representação dos Estados Unidos em Pyongang. "Creio que é algo que valeria a pena dar as boas vindas", disse.  

A abertura de escritórios da Coreia do Norte e EUA, em Washington e Pyongyang, respectivamente, é algo que as duas partes poderiam concordar na declaração conjunta que devem assinar hoje no final da cúpula.

Segundo dia de cúpula

Antes do início da primeira reunião no segundo dia de cúpula em Hanói, Trump disse que não tem pressa em seu processo de negociação com o líder norte-coreano, pois o que ele realmente quer é alcançar o "acordo certo" sobre a desnuclearização da península coreana, e rebaixou as expectativas para a cúpula de hoje. "A velocidade não é importante, o importante é que cheguemos ao acordo certo", disse o presidente americano. Por sua parte, Kim Jong-un afirmou que "ainda é cedo" para avaliar se o atual diálogo bilateral produzirá um acordo bem-sucedido, embora ao mesmo tempo, tenha mostrado otimismo. "É muito cedo para dizer (se será um sucesso). Mas não posso dizer que estou pessimista agora. Tenho a sensação de que um bom resultado será divulgado", disse Kim, respondendo a um jornalista credenciado pela Casa Branca, na qual acredita-se que seja a primeira resposta do líder norte-coreano a uma pergunta formulada por uma mídia estrangeira.

A primeira e histórica reunião de cúpula entre os dois líderes, ocorrida há 8 meses em Singapura, terminou com uma vaga declaração sobre "a desnuclearização da península norte-coreana", mas sem compromissos concretos, e esperava-se que neste novo encontro ocorram avanços.

Publicidade

Reunião bilateral ampliada

Nesta quinta, Trump, Kim e suas respectivas equipes terão "uma reunião bilateral ampliada" seguida por um almoço de trabalho.

Os dois líderes abandoram o hotel de Hanói onde era realizada a cúpula após a suspensão de uma cerimônia pública que estava agendada Foto: Evan Vucci / AP

De acordo com a Casa Branca, mais tarde Trump e Kim participarão da assinatura de um acordo conjunto, cujos detalhes não foram adiantados. Finalmente, antes de retornar a Washington, o presidente dos EUA dará uma entrevista coletiva para comentar os resultados da cúpula. Espera-se que a declaração resultante desta cúpula sirva para impulsionar o processo de desnuclearização que foi levantado em Singapura. Na declaração conjunta, acredita-se que a Coreia do Norte poderia oferecer um desarmamento parcial centrado em seu complexo nuclear de Yongbyon, onde produz seu combustível para bombas atômicas e que Kim já se ofereceu para desmantelar "permanentemente" em troca de "medidas correspondentes" da Casa Branca. Essas medidas poderiam incluir um relaxamento das sanções que permita reviver projetos de cooperação econômica entre as duas Coreias e uma declaração política para acabar com a Guerra da Coreia, que terminou com um cessar-fogo e não um tratado de paz. / EFE, AFP e AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.