Irã promete resposta 'esmagadora' se EUA designarem Guarda Revolucionária grupo terrorista

Porta-voz da chancelaria do país, Bahram Qasemi, disse estar esperançoso de que americanos 'não cometerão erro estratégico', mas ressaltou que Washington deverá 'arcar com as consequências' das ações do presidente Donald Trump

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Por Redação
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TEERÃ - O Irã prometeu nesta segunda-feira, 9, dar uma "resposta esmagadora" se os Estados Unidos designarem a força militar de elite do país, a Guarda Revolucionária, como um grupo terrorista.

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A promessa foi feita antes de o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar sua decisão sobre a maneira como quer conter Teerã. O republicano tem até o dia 15 de outubro para retirar ou não a certificação de um acordo internacional histórico de 2015 para conter o programa nuclear iraniano, medida que poderia colocar em risco o acordo.

Membros da Guarda Revolucionária do Irã, a força militar de elite do país, marcham em evento para lembrar participação na guerra contra o Iraque nos anos 80, em setembro Foto: REUTERS/Morteza Nikoubazl/File Photo

Também existe a possibilidade de Trump qualificar a força de segurança mais poderosa do Irã, a Guarda Revolucionária, como uma organização terrorista ao divulgar uma estratégia mais abrangente para o regime.

"Estamos esperançosos de que os EUA não cometerão este erro estratégico", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qasemi, segundo a agência estatal de notícia Irna. "Se eles o fizerem, a reação do Irã será firme, decisiva e esmagadora e os EUA arcarão com suas consequências", acrescentou.

Indivíduos e entidades associados à Guarda Revolucionária já estão em uma lista de organizações terroristas estrangeiras de Washington, mas não a organização como um todo.

Seu comandante, Mohamed Ali Jafari, disse no domingo que “se estiver correta a notícia sobre a estupidez do governo americano ao considerar a Guarda Revolucionária um grupo terrorista, a Guarda Revolucionária considerará o Exército americano como se fosse o Estado Islâmico em todo o mundo”.

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Jafari também disse que sanções adicionais acabariam com as chances de um diálogo futuro com os EUA e que os americanos teriam que colocar suas bases regionais fora dos dois mil quilômetros de alcance dos mísseis da tropa iraniana.

Coreia

O porta-voz da chancelaria também negou acusações americanas segundo as quais o Irã cooperou com a Coreia do Norte.

Em uma entrevista televisionada na noite de sábado, Trump acusou o Irã de “financiar a Coreia do Norte” e de “fazer coisas com a Coreia do Norte que são totalmente impróprias”. Qasemi classificou as acusações de “infundadas”. / REUTERS

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