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Ataque contra carro francês na África deixa três feridos antes de visita de Macron

Presidente viajou para Burkina Faso, no oeste africano, para retomar a influência francesa e ultrapassar as tensões pós-coloniais

Atualização:

OUAGADOUGOU, BURKINA FASO - Três pessoas ficaram feridas em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, na noite desta segunda-feira, 27, depois que duas pessoas com toucas ninjas lançaram uma granada contra um carro do exército francês, pouco antes do presidente Emmanuel Macron chegar ao país africano.

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"Dois indivíduos com toucas ninjas, em uma moto, lançaram uma granada contra um veículo do exército francês, que não foi atingido, por volta das 20h (22h no horário brasileiro)", disse uma fonte de segurança, que pediu anonimato. "Três moradores locais ficaram feidos, um deles em estado grave", acrescentou a autoridade. Um repórter da agência de notícias AFP constatou que a explosão deixou um buraco no asfalto e danificou um veículo.

Macron viajou para a África Ocidental na noite de segunda-feira com o objetivo de retomar a influência francesa e ultrapassar as tensões pós-coloniais apesar das ameaças de manifestações. Em seu primeiro grande discurso sobre a África, o líder de 39 anos deve se concentrar em relações mais pragmáticas, como apoiar empreendedores iniciantes.

O presidente francês, Emmanuel Macron Foto: ludovic Marin/AFP

O governo de Burkina ordenou que as escolas fossem fechadas para facilitar o tráfego devido às pesadas medidas de segurança instaladas durante a visita de Macron, embora muitos vejam os fechamentos como um esforço para reduzir a ameaça de agitação dos estudantes. Os sindicatos do país africano pediram protestos contra a visita do presidente francês a Ouagadougou antes de uma cúpula Europa-África na Costa do Marfim no fim de semana. Macron também fará uma parada em Gana após o evento.

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Burkina Faso, uma antiga colônia francesa, agora faz parte de uma força de segurança regional de cinco países destinada a eliminar os jihadistas no Sahel. Como um país de relativa paz, Burkina viu a ameaça de extremistas islâmicos se espalharem pela fronteira com o país vizinho Mali nos últimos anos.

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Um ataque a um restaurante turco em agosto matou 18 pessoas enquanto uma emboscada em outro restaurante nas proximidades, em janeiro de 2016, matou 30. A região da fronteira do norte, perto de Mali, é agora o lar de um pregador local, Ibrahim Malam Dicko, que se responsabilizou por recentes ataques mortais contra soldados e civis. Sua associação, Ansarul Islam, agora é considerada um grupo terrorista pelo governo de Burkina Faso.

No domingo, uma professora de francês e geografia foi morta na província de Yatenga, perto da fronteira maliana. As autoridades o chamaram de "ataque terrorista" e disseram que outras duas pessoas ficaram feridas. /AFP e AP

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