WASHINGTON - O presidente Donald Trump disse neste sábado, 9, que os EUA não assinariam a declaração emitida pelo G7, evidenciando o agravamento da tensão entre Washington e seus tradicionais aliados em torno do comércio.
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A decisão foi anunciada em um tuíte no qual Trump ameaçou impor tarifas sobre a importação de carros que estariam “inundando” o mercado americano. O presidente a justificou com o argumento de que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, deu “declarações falsas” sobre o comércio com os EUA.
Anfitrião do G7, Trudeau anunciou retaliação às tarifas sobre aço e alumínio impostas pelos EUA. “Os canadenses, nós somos educados, nós somos razoáveis, mas nós não vamos levar empurrões.”
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O encontro do G7 no Canadá agravou ainda mais as diferenças entre os EUA e seus tradicionais aliados em relação ao comércio e evidenciou o isolamento de Donald Trump entre as nações industrializadas democráticas. O presidente americano disse que outros países tinham mais a perder nas transações com os EUA e ameaçou suspender o comércio com as nações que não atenderem suas demandas –algo que dificilmente será implementado.
“Nós somos como o cofrinho do qual todo mundo rouba”, afirmou em entrevista coletiva, antes de embarcar para Cingapura. Trump chegou atrasado ao encontro na sexta-feira, 8, e partiu no sábado, 9, quatro horas antes do fim da cúpula com Canadá, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Japão. Trump voltou a defender a volta da Rússia ao G7 e, contrariando todas as evidências, disse que o encontro foi “maravilhoso”.