CARACAS - O vice-presidente de Economia da Venezuela, Tareck El Aissami, anunciou nesta sexta-feira, 3, a ativação de um plano especial de abastecimento de combustível para atender setores prioritários durante a quarentena decretada no país devido à pandemia de covid-19, e culpou "o bloqueio dos Estados Unidos" pela falta de insumos para produzir gasolina.
A escassez de gasolina, que até recentemente era comum no interior do país, chegou a Caracas com força, onde as filas para reabastecer são longas e o tempo de espera pode levar 12 horas.
"O governo de Donald Trump não apenas intensificou o bloqueio criminoso para impedir o acesso a recursos financeiros. Com este plano perverso de bloqueio naval e intimidação, está impedindo a compra de aditivos químicos e insumos necessários para a produção do combustível que é distribuído nacionalmente", comentou.
Aissami, que também é ministro da Indústria e Produção Nacional, falou na televisão estatal em nome da Comissão Presidencial Alí Rodríguez Araque, órgão criado pelo governo de Nicolás Maduro para reestruturar a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).
"As agressões (dos EUA) contra a indústria petrolífera constituem graves violações dos direitos humanos do povo venezuelano", denunciou.
Recentemente, Trump anunciou que aumentaria a presença de navios e soldados nas costas latino-americanas para "lutar contra o tráfico de drogas".
"Eles pretendem fazer um bloqueio naval para agravar a situação do povo que hoje luta contra a covid-19", analisou o vice-presidente econômico, referindo-se à atitude de Trump.
De acordo com o ministro, "estas medidas extremistas buscam agravar as dificuldades em lidar com a pandemia, influenciar o coração econômico, os transportes e a electricidade, áreas essenciais para satisfazer as necessidades da população".
"A classe trabalhadora do petróleo, o setor elétrico e as forças armadas estão trabalhando para superar isso no menor tempo possível e restabelecer o abastecimento de combustível", afirmou.
A Venezuela decretou a "quarentena social nacional" em todo o país em 17 de março, depois da divulgação de 33 casos de pessoas afetadas por covid-19, número que hoje chega a 146 casos confirmados e cinco mortes. /EFE