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Governo e oposição fazem acordo para que entidades internacionais averiguem mortes na Nicarágua

Acordo prevê que OEA, ONU e UE poderão investigar as cerca de 200 mortes ocorridas durante protestos; Igreja propôs ao presidente Ortega antecipar eleições

Atualização:

MANÁGUA - O Governo da Nicarágua e a oposição fizeram um acordo em uma mesa de diálogo para convidar de maneira "imediata" a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE) para que averiguem as cerca de 200 mortes ocorridas durante os protestos antigovernamentais, assim como para retirar os bloqueios mantidos pelos manifestantes.

Manifestantes anti-governo protestam em Manágua Foto: AFP PHOTO / DIANA ULLOA

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O presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, o cardeal Leopoldo Brenes, leu o acordo fechado entre as partes, que inclui o convite "imediato" da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a União Europeia e a Organização de Estados Americanos (OEA). "As partes pactuaram a cessação da violência e a agressão, venha de onde vier no território nacional, e um plano de implementação o mais breve possível para a remoção dos bloqueios feitos por manifestantes em diferentes pontos do País", segundo o acordo.

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Antecipação das eleições

A Conferência Episcopal da Nicarágua propôs ao presidente Daniel Ortega antecipar as eleições gerais para o dia 29 de março de 2019 a fim de superar a crise sociopolítica que o País atravessa e que tirou a vida de 200 pessoas. O anúncio foi feito na sexta-feira, 15, pelo cardeal e arcebispo metropolitano, Leopoldo Brenes, ao fim de uma mesa de diálogo nacional, onde explicou que essa proposta foi apresentada a Ortega no dia 8 de junho. A proposta, que será discutida neste sábado, 16, na mesa do diálogo nacional, sugere que a posse das autoridades eleitas popularmente seja na segunda-feira, dia 15 de abril de 2019.

+ Governo da Nicarágua violou direitos humanos, diz CIDH Nessa carta, os bispos propuseram ao presidente um acordo constitucional e um acordo político para antecipar as presidenciais, legislativas e municipais. Esse acordo inclui a renúncia e substituição de todos os magistrados do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), e a mudança de estrutura e direção de novas autoridades eleitorais municipais e departamentais. Além disso, propõe uma reforma da Lei Orgânica à Assembleia Nacional para que algumas emendas constitucionais possam entrar em vigor este mesmo ano. /EFE