Perfil: Kim Yo-jong, a poderosa princesa da Coreia do Norte
Kim Yo-jong, que em outubro ascendeu ao poderoso politburo do partido único norte-coreano, se converteu na figura feminina mais influente da hierarquia política do país; nesta sexta, ela se tornou também o primeiro membro da dinastia Kim a visitar o Sul
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Por Redação
Atualização:
SEUL - Ao se tornar nesta sexta-feira, 9, o primeiro membro da dinastia no poder na Coreia do Norte a visitar o vizinho do Sul, a irmã mais nova de Kim Jong-un reafirma sua ascensão dentro do regime.
Em outubro, ao ascender ao poderoso politburo do partido único da Coreia do Norte, Kim Yo-jong se tornou a figura feminina mais influente da hierarquia política do país.
"De fato, a verdadeira chefe é Kim Yo-jong", afirma o analista Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong. Alguns especialistas esperam que ela entregue uma mensagem de seu irmão ao presidente sul-coreano Moon Jae-in, com o qual a delegação norte-coreana almoçará no sábado.
A liderança da Coreia do Norte sempre foi um caso de família. Mas os benefícios substanciais ligados ao poder podem ter um custo alto: um passo em falso pode ter consequências catastróficas, até mesmo fatais.
Veja as melhores imagens da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno
1 / 35Veja as melhores imagens da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno
Desfile
O porta-bandeira brasileiro foi Edson Bindilatti, da equipe de bobsled. O Brasil tem nove atletas em Pyeongchang. Foto: Martin Bureau / AFP
Protestos
Perto do estádio Olímpico, ocorreram protestos contra a presença da Coreia do Norte nos jogos e contra Kim Jong-Un. Foto: Ed Jones / AFP
Repressão
Em alguns cassos, a repressão policial sobre os manifestantes foi violenta. Foto: Ed Jones / AFP
A favor
Algumas pessoas também se manifestaram a favor da unificação, balançando bandeiras da Coreia unificada. Foto: Jung Yeon Je / AFP
Líderes de torcida
As líderes de torcida norte-coreanas, que já estiveram presentes em diversoseventos, balançam a bandeira do país. Em outros momentos, agitaram bandeir... Foto: Mohd Rasfan / AFPMais
Paz?
Parecem, mas não são. Sósias de Kim Jong Un e DonaldTrump posam juntos próximo ao estádio olímpico. Foto: Brendan Smialowski / AFP
Logo antes
O estádio olímpico minutos antes da cerimônia de abertura começar. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Início
A cerimônia iniciou com um show de luzes... Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Início - 2
E depois por fogos de artifício. Foto: Aris Messinis / AFP
Crianças
As cinco crianças que protagonizam o show entram ao lado da representação de um tigre branco, animal importante na cultura coreana. No vídeo inicial, ... Foto: Javier Soriano / AFPMais
Show
Depois, o show utilizou mais representações de animais e coreografias para demonstrar a harmonia. Foto: Javier Soriano / AFP
Animais
Um dos animais representados foi o pássaro, também muito importante na cultura local. Foto: Mark Ralston / AFP
Dragão
Outro que apareceufoi o mitológico dragão. Foto: Mark Ralston / AFP
Show
Em imagem mais aberta, a cerimônia mostrando a união entre o homem e os outros animais. Foto: Aris Messinis / AFP
Tambores
Com outra coreografia, dessa vez ao som de tambores organizados, os coreanos formaram a bandeira do país. Foto: Mahd Rasfan / AFP
Estrela
Parte da coreografia que formou a bandeira. Foto: Javier Soriano / AFP
Bandeira
E assim ela ficou quando formada. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Bandeira
E assim, a bandeira sul-coreana entrou no estádio e foi hasteada. Foto: Christof Stache / AFP
Delegação brasileira
Depois, iniciou-se o desfile das delegações.O estádio ilumina-se com as cores da bandeira do país desfilando e os atletas passam em volta da projeção ... Foto: Javier Soriano / AFPMais
Russos
Proibidos de utilizar a bandeira de seu país pelo Comitê Olímpico Internacional, os atletas russos que não se envolveram em escândalo de doping desfil... Foto: Franck Fife / AFPMais
Delegação das Coreias
Juntas e com um porta-bandeira de cada país, as delegações das duas Coreias desfilaram. Foto: Kirill Kudryatsev / AFP
Sinal
A participação da Coreia do Norte foi decidida na última hora e, como sinal de boa vontade, os países fizeram um acordo para desfilar junto. Foto: Roberto Schmidt / AFP
Tecnologia
Depois do desfile, um vídeo mostrou cadacrianças conhecendo o seu futuro, mostrando o futuro tecnológico da humanidade. A coreografia seguinte demonst... Foto: Javier Soriano / AFPMais
Tecnologia 2
Outra foto da coreografia que demonstrou o futuro tecnológico que a humanidade tende a viver. Foto: Javier Soriano / AFP
Volta
De volta aos palcos, as crianças touxeram fontes de luz, que representavam o desejo por paz. Foto: Franck Fife / AFP
Luz
A luz da paz espalhou-se por todos os presentes no palco. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Desenho
As luzes se espalharam até formar uma pomba, símbolo internacional da paz. Foto: François-Xavier Mart / AFP
Imagine
Na parte central da pomba, cantores coreanos da velha geração e da nova geração cantaram a música "Imagine", de John Lennon. Foto: Javier Soriano / AFP
Bandeira Olímpica
Perto do final da cerimônia, abandeira olímpica foi conduzida e hasteada. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Do Norte e do Sul
Dentro do estádio, a tocha foi conduzida por atletas da seleção de hockey das Coreias, que se uniram para formar um único time. Uma jogadora do Norte ... Foto: Jonathan Nackstrand / AFPMais
Pira olímpica
Por fim, a pira olímpica foi acesa pela patinadora Yuna Kim, ouro na Olimpíada de Vancouver em 2010 e prata na de Sochi em 2014. Foto: Natacha Pisarenko / AFP
Antes de acabar
Depois que a pira foi acesa, ainda houve tempo para mais uma apresentação. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Pirotecnia
A apresentação final foi de dança moderna e combinou com muitos efeitos pirotécnicos. Foto: Jonathan Nackstrand / AFP
Fogos
Os fogos de artifiício finais começaram durante essa última performance. Foto: Javier Soriano / AFP
Final
Essa foi a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos em PyeongChang, na Coreia do Sul. Foto: Martin Bernetti / AFP
Yo-jong tem cerca de 30 anos, o que a torna a mais nova integrante do Politburo. É a única dos irmãos a ter um título oficial. Em uma história familiar complicada por vários casamentos e relacionamentos de seu pai, Kim Jong-il, ela mantém uma relação especial com o número um do país, compartilhando com ele a mesma mãe, a ex-dançarina Ko Young-hee.
"Eles têm uma ligação desde o nascimento e sua promoção ao politburo significa que Kim Jong-un tem total confiança nela", afirma Yang Moo-jin, professor na Universidade de estudos norte-coreanos em Seul. "É ela quem poderia assumir o controle no caso de morte de Kim", aponta Yang.
Como seu irmão, Yo-jong estudou na Suíça. Ela fez sua primeira aparição oficial na imprensa norte-coreana em 2009, acompanhando seu pai em uma visita a uma universidade de agronomia. Era uma figura recorrente da comitiva de Kim Jong-il até a morte dele em dezembro de 2011. Nas fotos do funeral, ela aparece em destaque, ao lado de seu irmão.
Carreira fulgurante
Quando Kim Jong-un assumiu o poder, sua carreira pública dentro do departamento de propaganda do partido cresceu rapidamente, até sua nomeação, em 2014, como "diretora adjunta do departamento" no Comitê Central.
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De acordo com Michael Madden, editor do site Korean Leadership Watch, seu papel nos serviços de propaganda fez dela "a principal arquiteta da imagem de seu irmão e da Coreia do Norte em geral".
Ela é a única da família Kim conhecida por ser próxima ao líder supremo, com exceção da esposa, Ri Sol-ju.
O reconhecimento externo de seu papel e influência veio este ano quando seu nome apareceu entre os sete norte-coreanos visados pelas sanções dos Estados Unidos por "abusos graves e contínuos dos direitos humanos e atividades de censura".
Cheong Seong-chang, pesquisador do Instituto Sejong de Seul, analisa isso como uma presença mais visível no topo da hierarquia política. "Ela deverá desempenhar papéis cada vez mais importantes no futuro", acredita.
Há tempos, especula-se que Yo-jong se prepara para desempenhar um papel de apoio semelhante ao de sua tia, Kim Kyong-hui, a poderosa esposa de Jang Song-thaek.
Por décadas, Kim Kyong-hui foi uma colaboradora próxima de seu irmão, o líder Kim Jong-il, ocupando posições de liderança dentro do partido e se tornando em 2010 general de quatro estrelas. Mas ela quase desapareceu da arena pública desde a execução do marido.
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Até a queda em desgraça, o casal era percebido como poderoso e como tendo desempenhado um papel essencial na entrega do poder a Kim Jong-un. / AFP