BRUXELAS - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, se ofereceu nesta quinta-feira, 14, para pedir aos líderes da União Europeia (UE) que aceitem uma "longa" prorrogação do Brexit se isso for solicitado pelo Reino Unido para repensar sua estratégia e "conseguir um consenso".
"Durante minhas consultas antes da cúpula europeia (dos próximos dias 21 e 22), pedirei aos 27 países do bloco que estejam abertos a uma longa extensão se o Reino Unido achar necessário repensar sua estratégia do Brexit e construir um consenso em torno dela", escreveu Tusk, em sua conta do Twitter.
A proposta foi feita no mesmo dia em que o Parlamento britânico vota se o Reino Unido solicita à UE a prorrogação para a saída do país do bloco comunitário, atualmente prevista para o próximo dia 29.
A UE registrou na quarta-feira à noite os votos do Parlamento britânico, que descartou uma saída do Reino Unido da UE sem acordo e deixou claro que os 27 Estados-membros restantes continuam prontos para assinar o pacto fechado com a primeira-ministra, Theresa May.
May, propôs aos deputados uma extensão curta do Brexit, até 30 de junho, desde que a Câmara dos Comuns aprove o acordo de divórcio concluído com Bruxelas, que já foi rejeitado pelos deputados em duas ocasiões.
Ela parece responder a uma das condições dos europeus, que estariam dispostos a aceitar uma prorrogação de várias semanas, caso exista uma perspectiva clara de que um acordo será possível. A UE não deseja "prolongar a agonia", afirmou uma fonte diplomática.
Mas diante da reiterada rejeição de Westminster ao mecanismo idealizado para evitar a volta de uma fronteira física entre a Irlanda - país da UE - e a britânica Irlanda del Norte, os 27 sócios preferem uma mudança de posição em Londres, que implicaria uma extensão "longa".
O negociador europeu Michel Barnier pediu na quarta-feira ao Reino Unido que diga o que deseja para a "relação futura" com a UE, antes de decidir uma prorrogação.
A permanência na união alfandegária com a UE, que permitiria superar o obstáculo da fronteira da Irlanda, é a opção, por exemplo, defendida pela oposição trabalhista de Jeremy Corbyn, mas rejeitada até o momento pela primeira-ministra britânica.
Uma prorrogação da data do Brexit além de 30 de junho implicaria que o Reino Unido terá que organizar eleições para eurodeputados entre 23 e 26 de maio. / EFE e AFP