Quem é Sean Conley, médico responsável pela saúde de Trump

Formado em osteopatia, o profissional defendeu que o presidente dos EUA tomasse hidroxicloroquina em maio

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Por Allyson Waller e Christina Morales
Atualização:

Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permanece hospitalizado no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed após testar positivo para o coronavírus, um médico está no centro de seu tratamento: Sean P. Conley, o médico da Casa Branca.

Ao sair do hospital com uma equipe de médicos atrás dele neste sábado, 3, Conley deu uma atualização otimista sobre o estado de saúde de Trump em uma coletiva de imprensa. Ele disse que o presidente estava "indo muito bem" e "excepcionalmente bem disposto" depois de passar a noite de sexta-feira, 2, no hospital.

Sean Conley, médico da Casa Branca, dá coletiva ao lado de equipe que cuida do presidente Trump Foto: EFE/EPA/Rod Lamkey / POOL

A coletiva de imprensa deu destaque nacional a Conley, que ofereceu uma perspectiva distintamente diferente do que Mark Meadows, o chefe de gabinete da Casa Branca, disse aos repórteres mais tarde.

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Aqui está o que sabemos sobre Conley.

Ele se tornou o médico do presidente há dois anos

Conley assumiu o papel de médico da Casa Branca em 2018, depois que o dr. Ronny L. Jackson foi nomeado secretário do Departamento de Assuntos de Veteranos. Jackson teve que retirar seu nome de consideração para esse cargo em meio a acusações de comportamento inadequado no local de trabalho e foi posteriormente promovido por Trump ao posto de assistente do presidente e conselheiro médico chefe da Casa Branca. Agora ele está concorrendo a uma vaga da Casa Branca no Texas.

Em março de 2018, Conley foi nomeado médico interino da Casa Branca, e foi oficialmente indicado para a vaga por Trump em maio de 2018.

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Ele é formado em medicina osteopática

Conley se formou na Faculdade de Medicina Osteopática da Filadélfia em 2006, de acordo com os registros da Junta de Medicina da Virgínia.

Embora sua formação seja semelhante, os médicos de medicina osteopática (D.O., na sigla em inglês) diferem dos médicos tradicionais por serem treinados para olhar o corpo e seus cuidados de forma holística, em vez de prescreverem medicamentos para sintomas ou doenças específicas.

Os médicos osteopatas são obrigados a completar um curso adicional para entender como os ossos, músculos e nervos do corpo afetam o funcionamento geral e a saúde e às vezes usam técnicas manuais para diagnóstico e tratamento, tais como aplicar pressão ou alongar articulações e músculos. Eles também podem prescrever remédios.

Conley, que recebeu seu bacharelado em ciências da Universidade de Notre Dame, tem servido como médico de emergência para a Marinha dos EUA desde 2006. Natural da Pensilvânia, ele completou sua residência no Centro Médico Naval em Portsmouth, Virgínia, em 2013. Após sua residência, o médico serviu como chefe de trauma da Unidade Médica Multinacional 3 da OTAN no Afeganistão.

Ele serviu como diretor do Grupo de Pesquisa sobre Trauma de Combate do Centro Médico por pouco mais de dois anos.

Ele defendeu que Trump tomasse hidroxicloroquina em maio

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Em maio, o Conley ganhou atenção após revelar que Trump havia começado a tomar hidroxicloroquina, um medicamento anti-malária, enquanto estava sob seus cuidados. Muitos especialistas questionaram a eficácia do medicamento no tratamento, prevenção ou cura da covid-19, apesar das alegações do presidente.

A Food and Drug Administration (FDA, órgão de vigilância sanitária) advertiu em abril que o medicamento deveria ser usado apenas em ensaios clínicos ou em hospitais. A agência também disse que o medicamento poderia causar perigosos problemas cardíacos.

Em uma carta em maio discutindo o uso de hidroxicloroquina por Trump, Conley disse que ele e o presidente haviam "concluído que o benefício potencial do tratamento compensava os riscos relativos".

Na coletiva de imprensa no sábado, o médico disse aos repórteres que o Trump não estava tomando hidroxicloroquina. "Discutimos isso", disse Conley. "Ele perguntou sobre isso. Ele não está tomando no momento"./THE NEW YORK TIMES

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