Para Trump, aprovação de impeachment é 'marcha política suicida' da oposição

Presidente americano realizava comício em Michigan enquanto a Câmara dos Deputados votava por sua destituição

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as duas acusações contra ele - aprovadas na quarta-feira, 18, pela Câmara dos Deputados e que podem levar a um impeachment caso sejam ratificadas em julgamento no Senado - representam "política suicida" e "eterna marca de vergonha" para os membros do opositor Partido Democrata.

Donald Trumpdiscursou durante evento de campanha no Estado de Michigan e criticou o Partido Democrata Foto: Pete Marovich / The New York Times

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Ao mesmo tempo em que a votação do impeachment era realizada na Câmara, Trump fazia um comício na cidade de Battle Creek, no Estado de Michigan, em ritmo de campanha para as eleições de 2020. 

"Este impeachment partidário sem lei é uma marcha política suicida para o Partido Democrata", disse. "Por meio de suas ações depravadas de hoje, os loucos democratas de Nancy Pelosi na Câmara colocaram em si mesmos uma eterna marca de vergonha."

Partido unido

Dirigindo-se a uma grande concentração de simpatizantes, Trump reforçou o tom ao falar sobre o avanço do processo que pode tirá-lo do poder se for aprovado em julgamento no Senado, o que deve ocorrer em janeiro. No entanto, o cenário atual é favorável ao presidente, já que a Câmara Alta do Congresso é de maioria republicana.

"Eles (democratas) não acreditam que (os eleitores) tenham direito de eleger seu próprio presidente (...). Acreditam que podem vetar seus votos", declarou. Trump lembrou no discurso que todos os membros republicanos da Câmara se uniram contra o impeachment e que três democratas não seguiram a orientação do partido ao rejeitarem as acusações.

"O Partido Republicano nunca esteve tão confrontado, mas também nunca tão unido como agora", disse o presidente americano, que previu "uma grande vitória" com relação ao julgamento no Senado.

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Caminho do processo

Mais de 216 membros da Câmara - a maioria simples necessária para que o processo que pode tirar Trump do poder siga em frente- votaram a favor das duas acusações. O processo que culminou na decisão pelo impeachment começou em setembro, quando um denunciante revelou aos serviços de inteligência americanos o conteúdo de uma conversa telefônica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski.

No diálogo, Trump pressiona Zelenski a abrir uma investigação por corrupção contra o ex-vice-presidente americano Joe Biden, pré-candidato às eleições de 2020 pelo Partido Democrata e potencial adversário do atual ocupante da Casa Branca.

A postura do mandatário levou seis comitês da Câmara dos Deputados a realizarem uma investigação para determinar se era possível abrir um processo de impeachment contra o presidente.

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Testemunhas foram ouvidas em reuniões fechadas e também publicamente. Na segunda-feira, o Comitê de Justiça publicou os detalhes do caso em um documento de 658 páginas. Nele, o órgão conclui que Trump traiu o país em busca de benefícios pessoais, já que Biden é um de seus adversários políticos.

Na primeira votação desta quarta, referente a abuso de poder, 230 deputados foram favoráveis à validação do caso. Outros 197 votaram contra, entre eles dois membros do Partido Democrata, que tem a maioria na Câmara e se opõe a Trump.

Na segunda, sobre a obstrução do Congresso, 229 votaram a favor e 198 contra, incluindo três democratas. Assim como na questão a respeito do abuso de poder, todos os políticos da bancada republicana votaram contra. Por outro lado, no Senado a legenda tem a maioria e a tendência é impedir que Trump seja destituído - para o impeachment ser aprovado, são necessários os votos de dois terços da Câmara Alta do Congresso. / EFE

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