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Em resposta a morteiros palestinos, jatos israelenses bombardeiam Gaza

Ataque foi atribuído a militantes jihadistas e maioria das granadas foi interceptada pelo sistema de defesa de Tev-Aviv; palestinos buscam quebrar bloqueio de 11 anos imposto por Israel e Egito

Atualização:

JERUSALÉM - Jatos israelenses bombardearam a Faixa de Gaza nesta terça-feira, 29, horas depois de militantes palestinos dispararem mais de 25 morteiros contra comunidades no sul de Israel. Segundo o Exército israelense, ninguém ficou ferido e quase todos os morteiros foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea de Israel Domo de Ferro - apenas um caiu perto de um jardim de infância, que não estava em funcionamento na hora do ataque.

Foto da cidade de Gaza mostra fumaça logo após ataque aéreo de Israel, em resposta a barragem com cerca de 30 morteiros atirados contra o território israelense. Foto: AFP PHOTO / THOMAS COEX

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O grande volume de projéteis foi disparado no momento em que as tensões entre os dois lados voltaram a subir. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se manifestou antes da retaliação. "Israel exigirá um alto preço daqueles que tentarem prejudicá-lo e nós vemos o Hamas como o responsável por prevenir tais ataques."

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Logo depois da declaração, jatos israelenses lançaram bombas contra o que as autoridades de segurança em Gaza dizem ser o local de treinamento de militantes jihadistas. A fumaça foi vista perto da cidade de Deir al-Balah, na faixa costeira, e os israelenses confirmaram que as explosões no local eram relacionadas às atividades militares. Nenhuma vítima foi relatada.

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É possível que a jihad islâmica esteja por trás dos ataques com morteiro, com a aprovação do Hamas, grupo que administra a Faixa de Gaza. "Nós mantemos (a reivindicação pelo) direito de retorno (aos terrotórios ocupados por Israel), bem como de responder aos crimes sionistas", disse o líder jihadista em Gaza, Khaled al-Batsh.

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O representante do Hamas Ismail Radwan disse que o ataque com morteiros provou que a "resistência é capaz de ferir a ocupação". "(O ataque) provou isso hoje, respondendo a seus crimes", completou. Ele se manifestou enquanto dois barcos de pesca zarpavam do porto de Gaza, com o objetivo de romper o bloqueio naval de 11 anos imposto por Egito e Israel, depois que os militantes tomaram o controle da área costeira.

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A expedição é uma nova tentativa de desafiar o bloqueio, mas aumenta as chances de mais confrontos e violência, à medida que o Estado de Israel impede que qualquer barco vindo de Gaza chegue mais longe do que um raio de seis milhas náuticas no Mar Mediterrâneo. O Hamas reconheceu que os barcos que zarparam hoje são principalmente um ato simbólico. A ação também marca oito anos desde que comandos israelenses atacaram uma flotilha de ajuda a Gaza, matando nove turcos pró-palestinos e provocando protestos internacionais contra o bloqueio.

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No sul de Israel, moradores enfurecidos reclamaram que se sentiram vulneráveis por conta de 15 anos das ameaças de fogo e foguetes da vizinha Gaza. "Foi uma manhã muito assustadora", disse Adele Raemer, moradora de Kibbutz Nirim. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse que convocou o alto escalão militar a uma reunião em Tel-Aviv para discutir a situação.

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A área da fronteira entre Gaza e Israel vive tensão nos últimos meses, desde que os palestinos passaram a realizar protestos em massa para romper o bloqueio. No domingo, bombardeios israelenses mataram três militantes de um grupo jihadista menor, depois que tropas encontraram uma bomba na fronteira. O grupo prometeu retaliação. Na segunda-feira, um taque disparou contra uma posição do Hamas em Gaza, matando um homem e ferindo outro, depois que tropas de Israel foram atacadas na fronteira.

O Hamas prometeu continuar a manifestações na fronteira. Israel afirma que está defendendo seu território e as comunidades próximas, além de acusar o Hamas de usar os protestos como disfarce para ataques. / AP

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