Maduro cede e aceita ajuda humanitária da ONU na Venezuela
Em mais de três anos de crise, essa é a primeira vez que Caracas aceita assistência equivalente ao que as Nações Unidas oferecem para Síria ou Iêmen; agências internacionais terão US$ 9,2 milhões para setor de saúde e de alimentação
O Estado apurou, porém, que um pacote inicial de US$ 9,2 milhões será liberado para a atuação de agências internacionais em Caracas e outras regiões, em uma mudança radical na postura do governo Maduro. O dinheiro, porém, ficará sob o controle das agências externas.
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Procurado, o governo venezuelano não deu uma resposta sobre os motivos pelos quais a ajuda passou a ser aceita.
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
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Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Venezuelanos seguem parao Peru pelarodovia Panamericana em Tulcán, no Equador. Ogoverno equatoriano anunciou que venezuelanos que entrem no país dever... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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Crianças venezuelanas posam para foto em frente a monumento brasileiro na fronteira com a Venezuela, em Pacaraima, Rondônia. Moradores da cidade expul... Foto: Photo by Mauro PIMENTEL / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Mulher venezuelana aguarda do lado de fora de um escritório colombiano de imigração, próximo da ponte internacional de Rumichaca, antes de cruzar a fr... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Migrantes venezuelanos aguardam na fronteira entre Tulcán, no Equador, e Ipiales, na Colômbia. O governo de Bogotá afirmou estar preocupado com o aume... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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O governo do Equador anunciou que passará a exigir a apresentação de passaporte dos venezuelanos que desejem entrar no país. Muitos não têm o document... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Venezuelanos fogem de crise econômica e política no país. Nesta semana, entraram em vigor medidas de reforma econômica que, segundo o governo, têm com... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Fila de venezuelanos para receber café da manhãem uma paróquia de Pacaraima, em Roraima. População busca abrigo no Brasil, mesmo diante do forte movim... Foto: Photo by Mauro Pimentel / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Venezuelanos caminham pela rodovia Panamericana em Tulcán, no Equador. Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFP
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Mulher venezuelana aguarda no escritório de migração equatoriano na ponte internacional de Rumichaca, antes de cruzar a fronteira entre Equador e Colô... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Migrante venezuelano na ponte internacional de Rumichaca, fronteira entre Tulcán, no Equador, e Ipiales, na Colômbia. Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFP
A avaliação na ONU é de que o fluxo ainda aumentará nos próximos meses e apenas uma melhora real das condições de saúde e alimentação fará as pessoas permanecerem no país.
Na próxima semana, a crise venezuelana entrará pela primeira vez na lista dos programas humanitários divulgados pelas Nações Unidas. A entidade lançará um apelo global para crises em Iêmen, Síria, Líbia e outros países em crise. A reportagem confirmou que a Venezuela passará a fazer parte do apelo internacional.
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Aprovados nesta semana, US$ 2,6 milhões serão destinados à Unicef para que possa ajudar na "recuperação nutricional de crianças com menos de cinco anos de idade, mulheres grávidas ou que estejam amamentando". Oito Estados da Venezuela serão atendidos.
Um outro cheque de US$ 1,7 milhão será destinado ao atendimento de mulheres e meninas, principalmente nos Estados de fronteira com a Colômbia e Brasil.
Na avaliação de um alto funcionário das Nações Unidas, o colapso econômico levou a uma "devastação" dos serviços públicos. "Nos hospitais, um número considerável de pessoas já estava trabalhando virtualmente de graça", contou, na condição de anonimato.
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Segundo a fonte ouvida pela reportagem, até agora, as agências internacionais estavam lidando apenas "com os sintomas da crise", até então, apenas fora dos limites do país - 40 entidades tem atendido à população que deixou o país.
Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
1 / 13Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
Queijo: 7,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,14 e foi registrado em um mini-mercado em Caracas, capital da Venezuela, em 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de absorventes: 3,5 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado na vizinhança de Catia, em Caracas, e corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um quilo de arroz: 2,5 milhões de bolívares
O preço corresponde a US$ 0,38 e foi registrado em 16 de agosto, na capital Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
500 g de margarina: 3 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal na vizinhança de Catia, de baixa renda, em Caracas. O custo do produto corresponde a US$ 0,46. Foto:
1 quilo de cenouras: 3 milhões de bolívares
O custo corresponde a US$ 0,46 e foi registrado em um mercado informal em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de farinha de milho: 2,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 0,38. O registro foi feito no dia 16 de agosto, em um mercado de Catia, região de baixa renda em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Sabonete: 3,5 milhões de bolívares
No dia 16 de agosto, o preço foi registrado em um mini-mercado da capital venezuelana. O preço corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de fraldas: 8 milhões de bolívares
O custo equivale a US$ 1,22 e foi registrado no dia 16 de agosto, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
2,4 quilos de frango: 14,6 milhões de bolívares
O preço é o equivalente a US$ 2,22 e seu registro foi realizado no dia 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um rolo de papel higiênico: 2,6 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal de um bairro de baixa renda, em Caracas. O valor corresponde a US$ 0,40. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de macarrão: 2,5 milhões de bolívares
O valor é equivalente a US$ 0,38 e foi registrado no dia 16 de agosto, em um mini-mercado informal. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de carne vermelha: 9,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,45 e foi registrado em mercado informal de Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de tomates: 5 milhões de bolívares
Preço é o equivalente a US$ 0,76 e foi registrado em um pequeno mercado informal no bairro de Catia, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Em 2014, por exemplo, existiam registrados 66,1 mil médicos na Venezuela. Em 2018, 22 mil já deixaram o país.
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Os dados de mortalidade infantil também mostraram que o país regrediu em 40 anos. Depois de anos de melhorias, os índices de 2017 eram equivalentes ao que se registrava na Venezuela em 1977. No Estado de Miranda, um estudo ainda mostrou que os idosos chegaram a perder 16 quilos por ano em média por escassez de alimentos.